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Premiê sírio escapa de atentado a bomba

Carro foi detonado perto de onde estava Wael Halqi, em distrito com vários prédios públicos na capital, Damasco

Desde julho, ataque é a 3ª grande ação dos rebeldes contra o alto escalão do regime do ditador Bashar Assad

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

O primeiro-ministro da Síria, Wael Halqi, sobreviveu ontem a um atentado com um carro-bomba em Damasco. Segundo a mídia estatal, ele não teria se ferido.

Seis pessoas morreram na explosão. Um dos mortos era um homem que acompanhava o comboio de Halqi -- os outros cinco eram pedestres que passavam pelo local.

O ataque ocorreu no distrito de Mezze, uma área central de Damasco tida como segura e que abriga diversas instituições governamentais e militares. Vários membros do alto escalão do regime sírio vivem na região.

Não é a primeira vez que a cúpula de governo do ditador Bashar Assad é alvo de atentados atribuídos aos rebeldes que lutam para derrubá-lo do poder.

Em dezembro, uma bomba havia ferido o ministro do Interior, Mohamed Shaar, e matado cinco pessoas. Shaar escapou de outro ataque em julho, mas nessa ocasião quatro membros do governo morreram. Um era o ministro da Defesa, Dawoud Rajiha, e outro era o vice-ministro da pasta e cunhado de Assad, Assef Shawkat.

O premiê Halqi havia sido apontado para o cargo em agosto, após seu antecessor, Riyad Hijab, fugir para a Jordânia e se unir à oposição.

Apesar de Halqi não ter poder expressivo na estrutura do regime, o ataque mostrou mais uma vez a capacidade dos rebeldes de ameaçar autoridades sírias.

A agência estatal de notícias Sana divulgou uma declaração de Halqi condenando os ataques, que disse ser um indício do "fracasso dos grupos terroristas".

Em comunicado ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o "ataque terrorista" contra o comboio de Halqi. "Atingir civis é inaceitável", afirmou.

"A Síria não precisa de mais militarização ou de radicalização do conflito. Precisa urgentemente de diálogo e de reconciliação."

O movimento pela deposição de Assad, iniciado em março de 2011, já causou a morte de mais de 70 mil pessoas, de acordo com cálculos de fevereiro da ONU.

Estima-se que cinco milhões de pessoas tenham deixado suas casas --1,4 milhão se refugiaram em países vizinhos, como a Jordânia.

Também é calculado que 400 mil casas tenham sido completamente destruídas.

ARMAS QUÍMICAS

Há a suspeita na comunidade internacional de que o regime de Assad usou armas químicas contra os rebeldes, conforme alertado no início da semana passada pela inteligência militar israelense.

Os EUA analisam as suspeitas, a partir de evidências preliminares --o presidente Barack Obama havia dito, no passado, que o uso de um arsenal químico significaria atravessar uma linha vermelha para o regime de Assad.


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