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BC Europeu reduz juro básico para 0,5%

Taxa recua para o menor nível da história da instituição; decisão reflete reagravamento da crise na eurozona

Presidente do BCE pede que os governos não relaxem austeridade; analistas veem porta aberta para mais cortes

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Sob pressão para agir contra a crise econômica, o BCE (Banco Central Europeu) reduziu ontem a taxa básica de juro de 0,75% para 0,5%, corte de 0,25 ponto percentual. A taxa anterior já era a menor da história da instituição.

A decisão foi tomada dois dias depois de a crise dar novos sinais de força, com a notícia de que o índice de desemprego atingiu marca recorde na zona do euro.

Além disso, o bloco de 17 países que adotam a moeda única registrou o menor índice de inflação desde 2010.

Esses números ampliaram a pressão do mercado sobre o BCE para um novo corte de juros. A taxa de 0,75% havia sido adotada em julho de 2012 e permanecia inalterada desde então.

O corte de 0,25 ponto correspondeu às previsões feitas pela maioria dos analistas econômicos.

Depois de anunciar a medida, o presidente do BCE, Mario Draghi, pediu que os governos europeus não afrouxem as medidas de austeridade econômica.

Ele insistiu que o corte de gastos públicos deve ser perseguido como arma de combate à crise, na contramão de países que têm acenado com menos rigor fiscal para reaquecer suas economias.

"Para que as taxas de endividamento continuem em queda, é preciso que os países da eurozona não recuem nos esforços para reduzir seus deficit", afirmou Draghi, após comandar a reunião do comitê monetário do BCE em Bratislava (Eslováquia).

Ele disse ainda que os países do bloco devem continuar a aprovar leis ou reformas estruturais para reforçar sua disciplina fiscal.

Depois da entrevista, o valor do euro ante o dólar caiu mais de 1%, para US$ 1,30.

O presidente do BCE também indicou que pode adotar uma política de juro negativo para depósitos, ou seja, passar a cobrar um percentual sobre o dinheiro que recebe dos bancos europeus.

Isso serviria para evitar que o dinheiro fique imobilizado em seus cofres, em vez de ser emprestado para a iniciativa privada e usado para movimentar a economia do continente.

DISSIDÊNCIA ALEMÃ

Draghi declarou que a decisão de cortar a taxa de juros foi tomada por "amplo consenso", reforçando a suposição de que o comitê monetário não votaria de forma unânime. Segundo a mídia europeia, o presidente do Banco Central alemão, teria sido contra a medida.

A chanceler Angela Merkel disputará a reeleição em setembro e já disse que um novo corte nos juros não seria bom para os alemães.

Ontem, analistas de mercado disseram que o BCE deixou a porta aberta para novos cortes, caso a economia europeia não dê sinais rápidos de recuperação.

Howard Archer, economista-chefe da IHS, afirmou que uma nova queda já é uma "possibilidade real".

"Nós pensávamos que 0,5% seria o piso da política monetária do BCE, e por enquanto continuamos a acreditar nisso. No entanto, um corte para 0,25% agora parece ser uma possibilidade muito real", afirmou.


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