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Oposição contesta eleição na Venezuela

Chance de êxito é mínima, dado o alinhamento da Justiça ao chavismo, mas atitude acirra crise política no país

Deputados opositores planejam vir ao Brasil para protestar contra restrições e violência na Assembleia Nacional

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

A oposição da Venezuela pediu ontem a impugnação da eleição presidencial ante o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), em mais um capítulo da crise política que se seguiu à apertada vitória do chavista Nicolás Maduro.

Representantes do candidato derrotado à Presidência Henrique Capriles entregaram à corte documento que exige repetir a eleição porque episódios de "coerção, violência e fraude" teriam afetado os resultados. Maduro ganhou por diferença de só 225 mil votos (1,5%) em abril.

Ontem à noite, Capriles disse que a tentativa de impugnação "total" das eleições é um passo necessário antes do recurso a instâncias internacionais. O opositor --cuja entrevista foi interrompida na TV por uma rede nacional obrigatória convocada por Maduro-- vê como "fajuta" a auditoria do processo que o Conselho Nacional Eleitoral fará nas próximas semanas.

O questionamento no TSJ é visto pela oposição como trâmite pró-forma, dado o alinhamento da corte ao chavismo. Não há prazo-limite para resposta dos magistrados.

Analistas, porém, consideram grave o desdobramento, pois é a primeira vez desde 2005, quando boicotou as legislativas, que a oposição se diz "roubada" num pleito. Para eles, foi a aceitação do CNE como árbitro pela oposição que permitiu à Venezuela superar o auge da crise política da era Chávez, de 2002 a 2005.

CRISE E BRASIL

"A Venezuela vive uma crise maiúscula", disse à Folha o acadêmico mexicano José Woldenberg, coautor de informe sobre o sistema eleitoral venezuelano em 2012 para a ONG Idea e o "think tank" americano Wilson Center.

Para Woldenberg, ex-presidente do "CNE" mexicano, a magra vitória de Maduro, somada à diferença de desempenho de seu mentor Hugo Chávez no passado, põe urgência na discussão sobre como evitar que se questione a legitimidade do resultado.

"A emissão e o cômputo dos votos estão bem desenhados, mas as condições de campanha são marcadamente assimétricas. Está na ordem do dia construir condições equilibradas", diz.

O pedido de impugnação ocorre num clima de tensão, após a Assembleia Nacional ter sido palco de confronto violento entre parlamentares chavistas e oposicionistas.

Ontem, comitiva da oposição visitou o Congresso do Peru para protestar contra os chavistas, que vetaram o direito de palavra em plenário aos deputados. "Sabemos que há preocupação com a nossa situação no Brasil. Vamos definir a visita [ao Congresso do Brasil] na próxima semana", disse o deputado Eduardo Sigala, de Lima.

Hoje, outra comissão será recebida pelo Senado do Paraguai.


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