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Dólar encosta em 10 pesos na Argentina e pressiona governo

Cotação da moeda americana no câmbio paralelo já é 92% mais alta que no oficial; Cristina convoca reunião

Escalada começou no fim de 2011, quando restrições à compra do dólar foram criadas para conter fuga de capitais

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

A escalada do dólar paralelo na Argentina segue em ritmo acelerado. Ontem, a cotação praticamente chegou à marca dos dez pesos: 9,98, uma diferença de mais de 90% em relação ao oficial (5,20 pesos).

Nas ruas, o paralelo já ganhou o apelido de "dólar-Messi", em razão da camisa 10 vestida pelo craque argentino e por ser, tal como ele, "imparável".

Ontem pela manhã, o governo realizou uma reunião de emergência na residência presidencial de Olivos para discutir o problema. Porém, até o fim do dia, não havia feito nenhuma intervenção no mercado para conter a alta.

A diferença entre o dólar oficial e o paralelo tem aumentado desde o fim de 2011, quando o governo começou a adotar medidas restritivas para a compra da moeda americana, tentando impedir a fuga de capitais do país.

Como esse é o principal meio de poupança dos argentinos, a corrida pelo dólar desenfreou-se e, a cada nova medida anunciada pelo governo, tornou-se mais acirrada. Em 2013, o paralelo (ou "blue", como se chama na Argentina) já subiu 47%.

Hoje, para comprar dólares pelo preço oficial na Argentina, é necessário comprovar renda, a realização de alguma viagem internacional e informações sobre destino e tempo de estada.

Mesmo assim, só é possível adquirir um valor determinado, geralmente muito restrito.

Nas últimas semanas, o governo anunciou novas taxas para quem retira dólar com cartão de crédito no exterior, causando a nova corrida.

O vice-presidente, Amado Boudou, minimizou o problema, dizendo que grande parte dos argentinos não compra dólar e que essa situação afeta apenas "um pequeno grupo de pessoas".

Mas o governo reagiu com preocupação. Toda a cúpula econômica participou da reunião emergencial: o secretario de Comércio Exterior, Guillermo Moreno; o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof; a presidente do Banco Central, Mercedes Marcó del Pont; e o titular da Afip (Receita Federal), Ricardo Echegaray. Segundo bastidores da reunião veiculados pela imprensa local, o governo prepararia uma grande intervenção no mercado na próxima segunda-feira.

A atividade mais afetada pela alta do paralelo é a imobiliária, que se regula praticamente apenas por meio da moeda norte-americana. Ontem, o mercado divulgou números do primeiro trimestre do ano, que sinalizam uma queda de 41% das vendas.

O presidente da Câmara Imobiliária Argentina, Roberto Arévalo, disse que está muito difícil fechar operações. "Quando estamos negociando, o valor muda a cada dia. Fica impossível chegar a um acordo entre compradores e vendedores."


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