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Discreto, eleito é tido como negociador hábil

Roberto Azevêdo, que dedicou a maior parte da carreira ao comércio, é considerado profundo conhecedor da OMC

Ele e a mulher, Maria Nazareth, que é embaixadora na ONU, são conhecidos como 'casal 20 de Genebra'

DE SÃO PAULO

A simpatia e a calma do baiano Roberto Azevêdo, 55, sempre foram aliadas importantes na hora de enfrentar as áridas discussões que permeiam a área em que ele atua há 18 dos 29 anos de sua carreira: comércio internacional.

Descrito como alguém de paciência invejável, Azevêdo é reconhecido como bom negociador em Genebra principalmente por conseguir ser duro nos embates sem criar mal-estar com os interlocutores.

Profundo conhecedor do funcionamento da OMC --ele é representante do Brasil no organismo desde 2008 e serviu em Genebra entre 1997 a 2001--, Azevêdo usou essa imagem como cerne de sua campanha à direção-geral, tentando se descolar da fama protecionista do Brasil.

O diplomata garante ter boas relações mesmo com representantes de países com quem o Brasil teve mais atritos na OMC, como os EUA. "Conheço eles de outras encarnações, não tem área do nosso relacionamento que seja uma incógnita", disse Azevêdo à Folha antes da eleição.

Pessoas consultadas pela reportagem foram unânimes em destacar o respeito por seu conhecimento técnico.

No escritório da missão na OMC, é considerado um chefe cortês e muito formal, que nunca levanta a voz aos funcionários. Diplomatas também o descrevem como alguém preocupado em cumprir todos os procedimentos burocráticos e pessoalmente atento à contabilidade da missão.

Em Brasília, não raro é definido como um "craque"-- jargão do Itamaraty para quem consegue desempenhar bem qualquer função.

Formado em engenharia elétrica na Universidade de Brasília, iniciou sua carreira diplomática em 1984. O primeiro posto no exterior foi em Washington, no fim da década de 80. A embaixada nos EUA, inclusive, havia sido estabelecida como objetivo pelo diplomata nos últimos anos, mas as possibilidades na OMC o mantiveram em Genebra.

Mesmo em Brasília, o foco de Azevêdo sempre foi o comércio. Após defender, em 2001, tese no Curso de Altos Estudos do Itamaraty sobre a disputa Embraer-Bombardier com o Canadá, foi chefe da Coordenação Geral de Contenciosos --período em que o país iniciou, por exemplo, a disputa sobre os subsídios ao algodão com os EUA. Entre 2006 e 2008, foi o chefe do Itamaraty para Assuntos Econômicos.

Ao menos duas vitórias do Brasil foram conquistadas na gestão Azevêdo: o direito à retaliação aos EUA no caso do algodão e a vitória no contencioso do suco de laranja.

CASAL 20

Bastante ligado à família, torcedor "doente" do Fluminense, o diplomata tem porta-retratos das duas filhas e duas netas sobre a mesa de trabalho. Ele e a mulher, Maria Nazareth Farani de Azevêdo, embaixadora do Brasil na ONU em Genebra, são conhecidos pelos brasileiros como o "casal 20 de Genebra".

Por causa da campanha, parou de jogar futebol com amigos aos domingos. Cioso da forma física, também costuma praticar corrida. Aos colegas, porém, admitiu ter engordado um pouco na reta final da candidatura.


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