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Sequestrador servia bolo para 'festejar' cárcere de vítimas

Ariel Castro impunha rotina de crueldade às três jovens presas em sua casa; uma foi forçada a abortar cinco vezes

O parto da menina que nasceu dentro do cativeiro ocorreu em uma piscina plástica, sob ameaças de Castro

DO "NEW YORK TIMES", EM CLEVELAND

O ex-motorista de ônibus Ariel Castro, 52, realizava três vezes por ano uma festa macabra em sua casa em Cleveland (Ohio, Meio-Oeste dos Estados Unidos).

Ele servia um bolo para "comemorar" a data de aniversário do dia em que ele sequestrou cada uma das jovens sob seu poder: Michelle Knight, 32, Amanda Berry, 27, e Georgina DeJesus, 23. "Ele celebrava como se fosse o aniversário delas", disse uma prima de Georgina, que ouviu dela a história.

Segundo a rede de TV CNN, Castro também fazia questão de que as três assistissem a reportagens na TV sobre o drama dos familiares que procuravam por elas.

A rotina de crueldades imposta por Castro começa a emergir por meio dos parentes das vítimas e pela divulgação de detalhes do relatório policial sobre o caso. O documento não foi divulgado oficialmente, mas os trechos que vazaram mostram um cenário de horror.

Segundo a polícia, as jovens só saíram da casa duas vezes, quando foram levadas a uma garagem vizinha.

Nesse período, sempre de acordo com o depoimento das vítimas, as três foram espancadas, imobilizadas e agredidas sexualmente --primeiro, presas com correntes no porão da casa do motorista. "Elas eram mantidas lá como cachorros", afirmou uma prima de Georgina. Depois, as jovens foram transferidas a quartos separados no segundo andar.

ABORTOS E PARTO

Michelle, a única das três que continua hospitalizada --Amanda e Georgina já voltaram às suas famílias--, contou aos policiais que Castro a engravidou cinco vezes.

Em cada uma delas, ele a teria forçado a passar fome e depois a teria esmurrado repetidamente no estômago até provocar o aborto.

O relatório policial diz também que Amanda teve uma filha na casa --o parto teria acontecido em uma piscina plástica, e Michelle, servido de parteira.

Conforme o depoimento, Michelle contou aos policiais que Castro ameaçara matá-la caso o bebê morresse.

Ela disse ainda que o filho de Amanda parou de respirar, mas "ela fez respiração boca a boca e respirou pela criança', para mantê-la viva". A garota, hoje com seis anos, não foi informada sobre os nomes das duas outras mulheres que viviam na casa, para que não os mencionasse em público.

Nelson Martinez, 54, primo de Castro, conta ter recebido uma visita dele, acompanhado por uma criança que ele apresentou como sua neta, dois ou três anos atrás.

"Ela parecia saudável e feliz, e que gostava de estar em companhia do vovô'", contou Martinez. "Estava usando roupas limpas, como uma menina normal, e parecia bem alerta."

No relatório, há também um relato dos policiais que atenderam a um chamado logo após Amanda ter sido a primeira a conseguir escapar da casa. Eles revistaram o porão da casa de Castro e depois se dirigiram ao segundo andar, gritando "polícia de Cleveland!". Michelle e Georgina correram para abraçá-los.

REJEIÇÃO

O fim do cativeiro deixou a população de Cleveland em êxtase. A recepção a Amanda e Georgina na volta para casa foi acompanhada por centenas de pessoas. Mas o drama continua para a família de Michelle. Ainda internada, ela se recusou a receber visitas da mãe da avó. Michelle se queixa de que elas não a procuraram logo após seu sumiço. A família achava que ela tivesse fugido de casa e já estivesse morta.


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