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Ex-premiê proclama vitória no Paquistão

Nawaz Sharif diz que espera não precisar da 'muleta' da coalizão; violência no dia da votação deixa mais de 20 mortos

Apesar dos atentados, comparecimento da população às urnas foi estimado em 60%, percentual expressivo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Expulso do poder por golpe militar em 1999, o ex-premiê Nawaz Sharif, 63, favorito nas eleições paquistanesas de ontem, proclamou a vitória de seu partido -e seu retorno ao cargo de primeiro-ministro- em discurso para apoiadores em Lahore, capital da província de Punjab.

"Os resultados ainda estão chegando, mas uma coisa é certa: somos o maior partido até agora", declarou Sharif, recebido com gritos de alegria pela multidão. "Rezem para que, amanhã de manhã, nós estejamos numa posição que não necessite da 'muleta' de parceiros de coalizão."

Até ontem à noite, a sigla do ex-premiê (o Partido da Liga Muçulmana, de centro-direita) liderava a apuração do pleito, em que serão renovadas as 342 cadeiras da Assembleia Nacional, superando o partido de Imran Khan, 60, ex-astro do críquete visto como principal rival de Sharif.

Estima-se que o comparecimento à votação tenha ficado em torno de 60%, percentual considerado alto pela Comissão Eleitoral do país.

É a primeira vez em que, no Paquistão, um governo civil terminará o seu mandato para entregar o poder a outro também eleito -a história do país, independente do Reino Unido desde 1947, é pontuada por golpes militares.

Se sua eleição for confirmada, Sharif terá de aplacar o descontentamento generalizado com a corrupção endêmica, os cortes de energia e os problemas de infraestrutura no país, que possui armas nucleares e vive em uma difícil aliança com os EUA.

Em maio de 2011, os americanos invadiram território paquistanês, sem o conhecimento do governo, para a operação que acabou por matar Osama bin Laden, chefe da rede terrorista Al Qaeda.

O medo expresso no discurso de Sharif se explica: se seu partido não tiver votos suficientes para governar sem coalizão, será mais difícil aprovar um programa de reformas para fazer a economia paquistanesa crescer, que poderá incluir privatizações.

Especula-se também que o ex-primeiro-ministro tenha costurado um acordo com os extremistas islâmicos do Taleban, já que a sua campanha foi poupada de ataques.

VOTAÇÃO VIOLENTA

A violência que assola o Paquistão resultou ontem em mais de 20 mortes no dia da votação. Em Karachi, no sul do país, pelo menos 11 pessoas morreram e 40 ficaram feridas após a explosão de uma bomba colocada nas imediações de um escritório do partido secular Awami.

O alvo do ataque seria o candidato regional Amanula Mehsud, que saiu ileso. Ainda em Karachi, uma bomba matou uma pessoa num ônibus de apoiadores do partido. Em Peshawar, explosão diante de um local de votação causou ao menos uma morte.

Houve ainda dois mortos na província de Baluchistão, no sudoeste, quando homens armados atiraram do lado de fora de um local de votação.Outras seis pessoas morreram na cidade em tiroteio entre partidários de candidatos.

Durante todo o período eleitoral, mais de 130 pessoas foram mortas em ataques e tiroteios atribuídos ao Taleban e a outros grupos radicais.


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