Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Com ajuda militar do Hizbullah, Síria toma cidade rebelde
Localidade de Quseir, considerada um bastião dos insurgentes, foi atacada e invadida após bombardeios
Ao menos 30 morreram; Israel diz que não vai permitir que armas sírias cheguem até a milícia libanesa xiita
O Exército sírio obteve ontem uma importante vitória na guerra contra os rebeldes, ao tomar a estratégica cidade de Quseir, na província de Homs, bastião dos grupos insurgentes.
Segundo relatos de opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad, houve envolvimento da milícia libanesa Hizbullah em apoio às tropas do governo.
"O Exército sírio controla a principal praça de Quseir, no centro da cidade, assim como os edifícios próximos, incluindo o do governo municipal, onde soldados hastearam uma bandeira síria", afirmou uma fonte anônima à agência de notícias AFP.
"Nossas corajosas tropas restauraram a segurança e a estabilidade no município de Quseir e continuam em busca de terroristas na cidade", anunciava ontem a televisão estatal.
O regime sírio utiliza o termo "terrorista" para referir-se aos rebeldes.
Horas antes da invasão à cidade, ao menos 30 pessoas, entre elas 16 rebeldes, teriam morrido em intensos bombardeios, segundo ativistas.
A invasão foi feita um dia após ter sido divulgada entrevista de Assad ao jornal argentino "Clarín", em que o ditador disse considerar "provável" uma invasão estrangeira ao país em algum momento, mas que não fugirá nem renunciará.
ATAQUES ISRAELENSES
A estreita cooperação entre Assad e o Hizbullah preocupa o governo de Israel.
A milícia libanesa tem o Estado judeu como um de seus alvos constantes.
Ontem, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse estar comprometido em agir para impedir que armas sírias cheguem ao Hizbullah.
Segundo ele, Israel tem uma política "para evitar, tanto quanto possível, o vazamento de armas avançadas para o Hizbullah e elementos de terror".
"Vamos agir para garantir a segurança dos cidadãos de Israel no futuro também", afirmou ele.
O primeiro-ministro disse ainda que Israel está se "preparando para todos os cenários" no conflito sírio.
Anteontem, Israel disse temer que armas fornecidas pela Rússia para o regime sírio acabem nas mãos erradas e sejam usadas contra o Estado judeu.
O envio de um carregamento russo de mísseis para a Síria também foi criticado pelos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, Israel teria feito dois ataques aéreos a locais próximos a Damasco em menos de 48 horas, segundo fontes americanas e israelenses.
As ações teriam o objetivo de destruir armas que seriam destinadas ao Hizbullah.
O governo israelense, como costuma acontecer em ações desse tipo, não confirmou os ataques.