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Londres vê indício de terrorismo em ataque

Homem, que pode ser um militar, foi assassinado brutalmente na região sudeste da capital britânica ontem

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou reunião de emergência com o serviço secreto

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

A ameaça do terrorismo voltou a rondar Londres ontem em plena luz do dia, quando um homem foi morto brutalmente a facadas numa rua de Woolwich, na região sudeste da capital.

Os dois suspeitos evocaram o nome de Alá (Deus, em árabe) e foram presos, mas suas identidades são mantidas em sigilo.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou reunião de emergência com o serviço secreto e disse ver "fortes indícios" de ação terrorista.

A vítima, que não foi identificada, teria sido decapitada pelos golpes. Segundo testemunhas, tinha cerca de 20 anos e usava uma camiseta da Help for Heroes, ONG que atende soldados britânicos feridos no Afeganistão.

Um parlamentar da região disse que a vítima também era das Forças Armadas, mas esta informação não foi confirmada por fontes oficiais até a conclusão desta edição.

O crime ocorreu às 14h20, horário local. Antes da chegada da polícia, um suspeito discursou para moradores e descreveu o ato como vingança contra ações militares britânicas em países islâmicos.

Em cenas filmadas com um telefone celular, ele aparece com as mãos manchadas de sangue e exibe um cutelo que teria sido usado no crime.

"Nós juramos pelo todo-poderoso Alá que nunca vamos parar de combater vocês. A única razão para fazer isso é porque muçulmanos estão morrendo todos os dias. Este soldado britânico é olho por olho, dente por dente", disse, referindo-se à vítima.

"Vocês nunca vão estar seguros. Derrubem o seu governo. Eles não se preocupam com vocês", acrescentou.

Os dois suspeitos permaneceram no local por cerca de 20 minutos e, segundo testemunhas, não aparentaram remorso ou nervosismo com o crime. "Eles podiam ter ido embora facilmente, mas ficaram andando ao redor do corpo, esperando para serem pegos pela polícia", contou à BBC o morador Joe Tallant.

Depois, os dois teriam avançado em direção aos policiais e acabaram baleados. Um deles estaria internado em estado grave. Ainda segundo testemunhas, ambos falavam com sotaque britânico. A BBC afirmou ter apurado que um deles teria origem nigeriana.

Cameron foi avisado do caso em visita oficial a Paris. Ele classificou o ataque como "chocante" e "terrível" e disse que o Reino Unido já enfrentou atentados terroristas e não se curvará a ameaças.

A ministra do Interior, Theresa May, chefiou uma reunião com o serviço secreto MI-5 e prometeu punição para os envolvidos no ataque.

"Esse ataque foi contra todos no Reino Unido. Nós já vimos o terrorismo nas ruas da Grã-Bretanha antes e sempre resistimos firmes contra ele. Atos desprezíveis assim não vão ficar impunes."

Quase oito anos depois dos ataques a bomba no metrô, que mataram 52 pessoas em 2005, Londres foi dormir com medo novamente.


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