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Homem que matou soldado é britânico

Premiê David Cameron confirma que assassino, de origem nigeriana, já era conhecido pelos órgãos de segurança

Primeiro-ministro não explica, porém, se há ligação com grupos terroristas e por que criminoso estava solto

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Os dois homens que evocaram o nome de Alá ao matar um soldado a facadas na periferia de Londres, num crime à luz do dia que chocou o Reino Unido anteontem, são cidadãos britânicos.

O primeiro-ministro David Cameron confirmou que eles já eram "conhecidos" pelos órgãos de segurança, mas não explicou se são ligados a grupos terroristas nem por que estavam em liberdade.

Ele classificou o crime como uma "traição ao islã" e disse que o país não vai ceder "ao terror e ao terrorismo".

O criminoso e o suspeito, ambos de origem nigeriana, estão internados sem risco de vida após terem sido baleados pela polícia no local do crime, em frente a um quartel no subúrbio de Woolwich.

O assassino foi identificado como Michael Adebolajo, 28. Num vídeo feito pouco depois do crime, ele exibe um cutelo manchado de sangue do soldado e discursa contra a presença de militares britânicos em países islâmicos.

De acordo com amigos, ele foi criado em família cristã, mas se converteu ao islã e se aproximou do discurso extremista de ódio ao Ocidente.

O outro homem tem 22 anos e não teve o nome revelado. Ele nasceu na Nigéria e se naturalizou britânico, segundo fontes oficiais.

Ontem a polícia prendeu mais duas pessoas suspeitas de colaborar com o crime: uma mulher e um homem, ambos de 29 anos. Agentes fizeram buscas em seis endereços em Londres e Lincoln, no interior do Reino Unido.

O jornal "The Guardian" afirmou que o governo da Nigéria também foi acionado e prometeu cooperar com eventuais informações sobre os dois suspeitos do crime.

A vítima foi identificada à tarde: o soldado Lee Rigby, 25. Ele serviu durante seis meses no Afeganistão --uma das missões britânicas citadas por Adebolajo como justificativa para o crime.

Rigby foi descrito como "extremamente popular" entre os colegas e integrava a banda militar de um dos batalhões reais com sede em Londres. Ele deixa mulher e um filho de dois anos.

Ontem à tarde, parte da imprensa britânica o chamava de herói, enquanto militares e civis deixavam flores no lugar do assassinato.

Após chefiar a segunda reunião do gabinete de emergência convocado para acompanhar as investigações do caso, David Cameron abandonou o tom de cautela da véspera e adotou discurso de combate ao terrorismo.

"Isso não foi só um ataque à Grã-Bretanha e ao estilo de vida britânico, mas também uma traição ao islã e às comunidades muçulmanas que contribuem tanto para o nosso país", afirmou o premiê.

"As pessoas que fizeram isso estão tentando nos dividir. Mas isso só vai nos unir e nos tornar mais fortes", acrescentou. "Nós nunca cederemos ao terror e ao terrorismo em nenhuma de suas formas."

LOBOS

O clérigo radical Anjem Choudry afirmou conhecer Adebolajo, mas disse que ele não integrava sua organização Al Muhijaroun, proibida de atuar no Reino Unido.

Uma das hipóteses investigadas pela polícia é de que os dois suspeitos sejam "lobos solitários", termo usado para radicais islâmicos que agem por conta própria.

O caso também provocou uma onda de violência contra fiéis muçulmanos no Reino Unido. A polícia prendeu dois homens sob acusação de tentar atacar mesquitas.


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