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Aliança do Pacífico não "tira o sono" do Brasil
Não há risco a Mercosul, diz assessor de Dilma
Oficialmente, o Brasil não demonstra preocupação com a Aliança do Pacífico, bloco que se firma na América Latina como rival do Mercosul.
"Também estamos olhando para o Pacífico. Mas não basta só olhar, tem de fazer. Isso não nos tira o sono. O mundo é cheio de concorrência, não há antagonismo", disse ontem o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, na chegada da presidente Dilma Rousseff à Etiópia (África oriental).
A Aliança reúne Chile, Colômbia, Peru e México, uma área de comércio que tem 209 milhões de habitantes e PIB de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 4 trilhões).
O tamanho é apenas um pouco menor do que o do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), que reúne 279 milhões de habitantes e tem PIB de US$ 3,3 trilhões (R$ 6,6 trilhões).
Enquanto o Mercosul vive de crise em crise (especialmente entre brasileiros e argentinos), a Aliança acaba de concluir uma rodada de redução tarifária, tem a simpatia dos Estados Unidos e pode atrair novos membros.
"O peso das economias do Mercosul é maior. Não temos nenhuma pinimba com a Aliança do Pacífico, é normal que se organizem", minimizou Garcia. Para ele, porém, é cedo para avaliar que tipo de união é a Aliança.
UNIÃO AFRICANA
Dilma chegou ontem à Etiópia para participar das comemorações dos 50 anos da União Africana, que reúne países do continente. O Brasil é um dos convidados de honra do evento, e Dilma discursará hoje representando a América do Sul.
"Eu acho uma deferência o Brasil ter sido convidado para falar em nome da nossa região. Reflete o reconhecimento da importância que o Brasil atribui à África", disse a presidente.
Ela defendeu uma "cooperação não opressiva" com países africanos.
Vieram na comitiva os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Aloizio Mercadante (Educação), além do novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevêdo.
O Brasil assinou ontem com a Etiópia acordos nas áreas de educação, transporte e ciência e tecnologia. O Brasil também cederá professores para universidades africanas, em um convênio a ser assinado hoje.