Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Deterioração econômica pode alterar calendário político

AS ATENÇÕES ESTÃO VOLTADAS PARA O 18º CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS, QUE DEVE ACONTECER EM OUTUBRO OU NOVEMBRO. O NOVO PRESIDENTE, XI JINPING, USARÁ A REUNIÃO PARA DETERMINAR SUA AGENDA POLÍTICA

SIMON RABINOVICH DO "FINANCIAL TIMES"

De acordo com o calendário político da China, as grandes decisões sobre política econômica deste ano devem supostamente esperar até o quarto trimestre, quando um congresso do Partido Comunista reunirá os principais líderes do país.

Mas a deterioração das condições econômicas, iluminada por uma nova pesquisa sobre a indústria, pode forçar o abandono do calendário político e testar a determinação do novo governo quanto a evitar soluções de curto prazo para o crescimento lento.

O índice de compras do setor industrial está a caminho de atingir sua marca mais baixa em sete meses, chegando a 49,6 pontos em maio ante 50,4 em abril, de acordo com um levantamento preliminar publicado pelo HSBC.

O declínio foi pior que o esperado e, ao cair abaixo do ponto médio do índice, 50 pontos, sinaliza que a atividade industrial na China está começando a se contrair.

"O índice de compras da indústria alarmará as autoridades. Elas estão sendo complacentes demais e subestimaram a velocidade da desaceleração da economia", disse Shen Jianguang, economista da Mizhuo Securities.

O mais alarmante no índice de compras da indústria é o fato de que as quedas nesse indicador de novas encomendas e de novos postos de trabalho parecem ter sido causadas por um recuo na procura interna, e não por fraqueza nos mercados de exportação.

"Antecipo que, a partir de junho ou julho, eles adotarão política fiscal mais expansiva, reduzindo impostos e elevando os gastos", disse Shen.

Se o governo expandir o apoio fiscal à economia, estará deixando de lado o compasso de espera que adotou até o momento.

Li Keqiang, primeiro-ministro da China, afirmou na semana passada que o governo tinha escopo limitado para ampliar seus gastos ou adotar novas políticas de estímulo.

As atenções estão voltadas para o 18º Congresso do Partido Comunista chinês, que deve acontecer em outubro ou novembro. O novo presidente, Xi Jinping, usará a reunião para determinar sua agenda política.

Xi e Li deixaram claro que desejam uma reforma estrutural mais profunda na economia, e não medidas de curto prazo que poderiam alimentar a bolha da habitação e resultar em acúmulo mais alto de dívidas públicas.

Wei Yao, analista do Société Générale, disse que o governo adotaria apenas um "relaxamento cauteloso" até o congresso, o que a mantém pessimista quanto às perspectivas econômicas.

"O catalisador em curto prazo pelo qual o mercado financeiro tanto procura só será possível pelo avanço das reformas", disse Wei.

Para tanto, ela disse que uma reunião que Li presidirá sobre a estratégia de urbanização da China nas próximas semanas era "o evento a observar". A reunião, que deve acontecer antes do final de junho, produzirá um plano de urbanização em longo prazo.

O governo, nas últimas semanas, tomou medidas para facilitar a aprovação de projetos de investimento pelas empresas privadas, outra parcela dos esforços das autoridades para solidificar as bases da economia. No entanto, analistas dizem que pode demorar meses, se não anos, para que impactos sejam perceptíveis.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página