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Foco

Repórter lança romance sobre guerra e sexo no Afeganistão

CHICO FELITTI DE SÃO PAULO

"Como romances de guerra são difíceis para mulheres, resolvi eu mesma fazer um", diz Pia Heikkila, 40. "Mas misturar literatura de guerra e de menininha foi quase tão difícil quanto achar sexo em Cabul", afirma a jornalista finlandesa, com conhecimento de causa: foi correspondente na capital afegã.

Por cinco anos, reportou de Cabul para mídias como CNN, Al Jazeera, CNBC e "Guardian" antes de "cansar um pouco do ofício" e escrever para si mesma o romance "Lipstick Operation" (Operação Batom, em português).

No livro, a repórter Anna Sanderson também vive de noticiar a situação do país, onde há constantes atentados terroristas promovidos pelo grupo radical islâmico Taleban.

Mas, na ficção, ela consegue sair para fazer compras (combinando a roupa com um colete à prova de balas) e vai a boates clandestinas atrás de sexo com locais.

"Eu queria escrever mais sobre o incrível Afeganistão, um país pelo qual me apaixonei, além das infinitas notícias ruins que vêm de lá. Fiz do país um pano de fundo para um livro sobre flerte em área de guerra'."

O livro foi lançado neste mês na Escandinávia e na Índia, com campanha publicitária que o compara com a franquia de livros e filmes "O Diário de Bridget Jones".

GUERRA À FUTILIDADE

Mas, ao contrário da gordinha e solteirona inglesa Bridget, a autora crê que sua personagem tenha um motivo para não conseguir se casar. "Correspondentes passam muito tempo fora de casa, correm risco. É injusto deixar um namorado, ou ainda mais uma família, sujeito a isso."

Além disso, Anna tem de conciliar suas futilidades com preocupações sérias, como não tomar um tiro. "Eu gosto de pensar que Anna é mais durona que Bridget Jones e um pouco menos autocentrada. Até porque ela está sempre atrás de homens uniformizados --no sentido profissional e no pessoal!"

Mas, se na ficção a profissional consome bebida, cigarros e festas em excesso, as memórias da autora da época afegã não são bem assim.

"Dormia pouco, mas só porque trabalhava demais." Conseguiu se divertir na Cabul da vida real? "Muito. Mas não estou disposta a contar."

Pode não estar, mas ela deixa escapulir no meio da conversa que já foi pedida em casamento pelo líder de uma organização terrorista.

Depois de pensar por 15 minutos, conclui que deu "um pouco de alma" à personagem. "Mas é uma obra fictícia, só entretenimento."

O cruzamento entre sexo e guerra deu à luz uma franquia: "No próximo livro que estou escrevendo, Anna estará no Paquistão e o tema será sobre espionagem --com algum sexo no meio, é claro".


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