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Análise
Reunião na Suíça testará boa vontade vinda de Teerã
Presidente se diz disposto a dialogar, mas governo traçou 'linha vermelha'
O Irã traçou uma linha vermelha em negociações com as potências mundiais sobre seu programa nuclear ao insistir em que não permitirá que nenhuma porção de seus estoques atuais de urânio enriquecido seja transferida para fora do país como parte de qualquer acordo.
As negociações desta semana são vistas como o mais importante teste até o momento da disposição e capacidade do presidente iraniano, Hasan Rowhani, de fazer concessões no setor nuclear.
Nos preparativos para dialogar com os EUA e cinco outras potências, o Irã enviou sinais positivos, afirmando estar preparado para negociar sobre "a forma, a quantidade e os diversos níveis de enriquecimento [de urânio]" em seu programa.
A questão de não mandar urânio para fora não necessariamente representa um obstáculo intransponível para as negociações em Genebra, que começam hoje.
O Ocidente pode aceitar que o Irã tome medidas para converter seu urânio mais enriquecido a uma forma segura em território iraniano, caso haja vigorosa fiscalização internacional do processo.
Ao mesmo tempo, a disposição de Teerã de negociar sobre diversos aspectos será vista pelos diplomaras ocidentais como um primeiro indicador de que o país está pronto para aceitar uma solução de compromisso quanto a aspectos cruciais de suas atividades nucleares.
O Irã e as seis potências -- EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- já conduziram várias sessões de negociações quanto ao programa nuclear de Teerã nos últimos quatro anos. Todas acabaram em fracasso.
Um obstáculo grave vinha sendo a recusa iraniana de aceitar discussões substantivas já no início do diálogo.
De sua parte, o Irã deseja que Washington e seus aliados suspendam as sanções contra o setor bancário e de energia do país.
Um fator importante para a delegação americana é a atitude de seu Congresso, que continua cético em relação ao novo governo iraniano.
A Câmara dos Deputados já aprovou uma nova rodada de sanções contra as exportações de petróleo iranianas.
Um assessor do Senado afirmou que, caso o Irã não seja capaz de demonstrar progresso nas negociações até o fim do mês, é provável que o Senado também inicie debates para novas sanções.
