Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Suposto comandante da Al Qaeda na Líbia é levado para Nova York

Indiciado em 2000, Abu Anas al-Libi deve ser ouvido ainda hoje por uma corte civil de Manhattan

Acusado de atentados contra embaixadas dos EUA em 1998, líbio foi capturado por agentes americanos em Trípoli

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Um dos supostos líderes da Al Qaeda na Líbia, Nazih al-Ragye, mais conhecido como Abu Anas al-Libi, foi transferido para Nova York no último fim de semana, segundo informaram, ontem, autoridades americanas.

Libi foi capturado em uma operação militar americana em Trípoli, capital da Líbia, no último dia 5. Ele vinha sendo mantido a bordo da embarcação americana USS San Antonio no mar Mediterrâneo, onde foi submetido a interrogatório sem advogado.

Autoridades informaram que Libi cooperou com a investigação após sua prisão, mas a decisão de transferi-lo para Nova York foi tomada, segundo informações não oficiais, depois que ele se recusou a se alimentar no navio, piorando seu estado de saúde.

Em entrevista à rede CNN neste mês, a mulher de Libi disse que ele sofre de um quadro crônico de hepatite C, doença que afeta o fígado.

De acordo com Preet Bharara, chefe da procuradoria federal em Manhattan, ele deve ser ouvido ainda hoje em Nova York.

Libi foi indiciado em 2000, em Manhattan, sob suspeita de ter participado dos atentados terroristas contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, que mataram mais de 220 pessoas em 1998.

Ele teria também conspirado com o ex-líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, para planejar ações na Arábia Saudita, na Somália e no Iêmen.

Sua detenção, no início do mês, gerou polêmica e descontentamento por parte do governo líbio, que disse não ter sido avisado e chegou a pedir explicações a Washington sobre a ação militar em seu território. Trípoli qualificou o ato como "sequestro".

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, porém, afirmou que o governo líbio sabia da ação.

A versão de Kerry é apontada como um possível motivo para o sequestro, por algumas horas, do primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, na semana passada.

Acredita-se que Zeidan tenha sido vítima de milícias ligadas ao governo que ficaram insatisfeitas com a intervenção americana no país, ainda bastante instável desde a queda do ditador Muammar al-Gaddafi, em 2011.

TRIBUNAL CIVIL

Com a captura, Libi vai se tornar o mais recente de uma série de acusados de terrorismo a enfrentar tribunais civis no governo do presidente Barack Obama.

No início de seu primeiro mandato, Obama foi criticado por ter pretendido processar em um tribunal civil em Nova York um outro importante acusado de terrorismo, Khalid Sheikh Mohammed, suspeito de ter coordenado os ataques de 11 de setembro de 2001 na cidade.

A decisão posterior de levar Sheikh Mohammed ao tribunal militar mostrou, na época, que Obama não conseguiu vencer a oposição política em seu esforço para fechar a prisão na base americana de Guantánamo, em Cuba.

Desde então, porém, o governo conseguiu levar vários casos de terrorismo para cortes civis.

Segundo estudo da Escola de Direito da Universidade de Nova York, um total de 593 processos envolvendo acusações de terrorismo foram julgados por tribunais civis americanos entre 2001 e 2009.

Desse total, 88% terminaram com condenações. Em outros 7%, as acusações foram retiradas pelos promotores, e em 2% os suspeitos foram absolvidos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página