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Governo do Irã avalia liberação de livros

Ministro diz que regime mudou de abordagem sobre a liberdade e obras censuradas podem passar por nova avaliação

Discurso é afinado com promessas de abertura do presidente Rowhani; país proíbe vários livros nacionais e estrangeiros

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O ministro da Cultura e Orientação Islâmica do Irã defendeu regras mais brandas acerca da publicação e venda de livros no país, em meio a uma série de promessas de abertura feitas pelo novo presidente iraniano, Hasan Rowhani.

"Nossa abordagem em relação à liberdade para [...] livros, assim como nossa atitude a respeito da atmosfera para escritores e pensadores, é diferente do que foi no passado, e os resultados se tornarão gradualmente visíveis", disse o ministro Ali Jannati, em entrevista à agência estatal Irna.

Jannati, conhecido pelas posições liberais apesar de ser filho de um dos clérigos mais conservadores do Irã, afirmou que livros censurados poderão passar por nova avaliação.

O ministro já havia dito ao jornal reformista "Arman" que era contrário ao cerceamento do mercado literário.

Jannati provocou polêmica ao atacar os censores, dizendo que eles, de tão obtusos, teriam sido capazes de banir até o Alcorão, livro sagrado do islã.

O posicionamento do ministro gera entusiasmo nos meios de editores e autores, submetidos a severas restrições, apesar do apetite dos iranianos pela leitura, que fica evidente com o sucesso constante da anual Feira do Livro de Teerã.

Vários livros nacionais e internacionais --como "O Código Da Vinci", de Dan Brown-- são banidos, assim como obras de escritores, filósofos e poetas iranianos.

Uma conhecida autora baseada em Teerã declarou à Folha que só conseguiu permissão para publicar seu romance mais recente depois de alterar a história.

Mas, a exemplo do que ocorre em outras esferas no Irã, os contornos legais do campo literário são confusos. Obras do brasileiro Paulo Coelho são, em tese, proibidas, mas podem ser encontradas com facilidade no comércio regular.

Espera-se que Jannati ajude a consolidar um marco legal mais definido em favor de um mercado literário aberto.

O Ministério da Cultura e da Orientação é um dos ministérios mais poderosos da república islâmica. Entre suas prerrogativas estão, além da publicação de livros, permissões e concessão de fundos para cinema e teatro e o monitoramento dos jornais e revistas.

A criação de um ambiente interno mais livre foi uma das principais promessas de campanha de Rowhani, eleito em junho. O presidente também diz estar buscando o fim dos filtros que bloqueiam na internet iraniana boa parte dos sites ocidentais.

Mas os esforços do governo Rowhani enfrentam a resistência dos setores ultraconservadores, muitos dos quais ligados ao aparato de segurança, que ainda detêm as chaves da censura no país.


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