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Espionagem afeta luta antiterror, diz Europa

Reunidos, líderes da União Europeia dizem que escândalo abala confiança nos EUA e ações conjuntas contra terroristas

França, Alemanha e outros países querem negociar com os EUA acordo sobre as práticas dos serviços secretos

LEANDRO COLON DE LONDRES

Os líderes políticos europeus declararam ontem que as denúncias de que os Estados Unidos espionam aliados podem afetar as ações conjuntas de combate ao terrorismo em todo o mundo.

Num comunicado após dois dias de reuniões em Bruxelas, os países reagiram às recentes revelações de que a chanceler alemã Angela Merkel teria sido monitorada pelos americanos, além da suspeita de que o total de líderes mundiais espionados cresça muito ainda. Fora da Europa, países como Brasil e México já apareceram entre possíveis alvos dos EUA.

"Coleta de informações é elemento essencial na luta contra o terrorismo, mas a falta de confiança [entre os países] pode ser prejudicial à cooperação necessária neste campo", diz o texto divulgado pelo grupo ontem.

Sob o comando de França e Alemanha, os europeus querem começar a negociar com os EUA na próxima semana uma espécie de acordo de procedimentos na prática dos serviços secretos dos países.

"O principal objetivo dos esforços de inteligência é combater o terrorismo e garantir a segurança, mas ninguém deveria ter medo de que seus dados pessoais fossem usados", disse o presidente da França, François Hollande.

O premiê belga, Elio Di Rupo, concordou: "Todos podem entender a adoção de medidas excepcionais quando há ameaças terroristas importantes, mas não estamos numa situação em que é preciso espionar uns aos outros".

Aliado fiel do presidente dos EUA, Barack Obama, o premiê do Reino Unido, David Cameron, adotou discurso cauteloso e tem sido cobrado pela imprensa britânica.

Ele assinou o texto divulgado pelos colegas europeus, mas, segundo relatos, teria atuado na "defensiva" na reunião, sem criticar diretamente os EUA. Ontem, deu uma declaração bem cordial. "Eu entendo o que os outros querem fazer e apoio isso, enquanto acho que o presidente Obama também", disse.

A Casa Branca afirmou que não houve nenhum tipo de espionagem sobre Cameron, mas não tem dito o mesmo sobre Merkel. O governo de Obama afirma apenas que não há espionagem contra ela nem haverá no futuro, mas não nega que isso possa ter ocorrido anteriormente.

Um telefone usado pela chanceler alemã entre outubro de 1999 e julho de 2013 teria sido alvo dos americanos. O número dela estaria nos documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden, asilado na Rússia após o vazamento das informações.

Após dizer que as relações com os EUA têm de ser "restauradas", Merkel afirmou ontem que "verdadeiras mudanças" devem ocorrer nas práticas de inteligência. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", disse.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", 35 líderes mundiais foram monitorados pelo serviço de inteligência dos EUA. A informação está em documento com data de outubro de 2006. Não se sabe ainda quem são eles.


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