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Oposicionista crava ampla vitória em Buenos Aires

Kirchnerismo perde distritos-chave, porém mantém maioria do Congresso

Resultados parciais dão a Sergio Massa 12 pontos de vantagem sobre o candidato de Cristina, Insaurralde

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

O governo de Cristina Kirchner perdeu as eleições legislativas de ontem nos maiores colégios eleitorais da Argentina. O pleito renovava metade da Câmara e um terço do Senado.

O resultado enterrou de vez a possibilidade de um terceiro mandato da presidente, já que para conseguir uma reforma constitucional, ela precisaria ter dois terços de parlamentares no Congresso.

Cristina nunca declarou querer mais quatro anos de governo. A ideia surgiu de alguns políticos kirchneristas. "Essa derrota é o princípio do fim do kirchnerismo", afirma à Folha o analista político Rosendo Fraga.

Com mais de 95% das urnas apuradas até o fechamento desta edição, a principal derrota imposta era a da Província de Buenos Aires, que concentra 37,3% dos 30 milhões de eleitores do país.

O oposicionista Sergio Massa, da Frente Renovadora, ganhou do kirchnerista Martín Insaurralde por 12 pontos de vantagem, com 44% contra 32%. A diferença foi de mais do que o dobro dos 5,5 pontos que separavam os dois nas primárias de agosto.

Com esse resultado, Massa, que é prefeito da cidade de Tigre, na Grande Buenos Aires, e ex-chefe de gabinete de Cristina, se cacifa como um dos principais candidatos à Presidência do país nas eleições de 2015.

E se coloca como o principal adversário de Daniel Scioli, governador de Buenos Aires e o kirchnerista mais cotado como presidenciável.

A aliança FpV (Frente para a Vitória), de Cristina, também perdeu em Córdoba, Santa Fé e Mendoza, Estados com mais cadeiras em jogo na Câmara.

Mas, no total de votos do país, o kirchnerismo se manteve como a primeira força política e conseguiu aumentar seu percentual para 32%, em relação às primárias de agosto, quando obteve 26%.

Para Patricio Giusto, da consultoria Diretório Político, mesmo com esses números, a presidente fica em uma situação "muito difícil". "O projeto de re-reeleição está morto e ela tem mais de 70% de votos contra", diz.

GOVERNABILIDADE

Mesmo com a derrota em distritos-chaves, Cristina seguirá tendo maioria no Congresso, o que garante sua governabilidade nos últimos dois anos de mandato.

A mandatária também tem a seu lado a lei de superpoderes econômicos, que permite ao Executivo decretar novos impostos e alterar o Orçamento sem votação parlamentar.

DISCURSO

Às 21h50 na Argentina (23h50 no horário de Brasília), Massa começou seu discurso na sede da Frente Renovadora em Tigre. Agradeceu aos eleitores da capital que votaram em sua lista e disse que recebeu telefonemas de seus opositores, incluindo Insaurralde, que o cumprimentou pela vitória.

"A vitória não nos dá nenhum direito. Nos dá compromisso e responsabilidade com as milhões de pessoas que votaram em nós."


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