Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Acordo nuclear entre Irã e potências é iminente, afirmam negociadores

Ocidente oferece alívio de algumas sanções caso Teerã desfaça suspeita de que busca bomba

Chanceler iraniano, Mohammad Zarif, se diz 'otimista' após primeiro dia de negociações diplomáticas na Suíça

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O Irã e as potências mundiais indicaram ontem estar próximos de um acordo preliminar para pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear de Teerã, que se arrasta há mais de uma década.

Os avanços foram anunciados no primeiro de dois dias de conversas diplomáticas em Genebra, que ocorrem em meio a reiterados sinais de apaziguamento desde a eleição do conciliador Hasan Rowhani à Presidência do Irã.

Um porta-voz dos EUA disse que o grupo de interlocutores do Irã, que inclui ainda Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, ofereceu alívio inicial de algumas sanções caso Teerã adote "medidas concretas e verificáveis" para diluir suspeitas de que busca a bomba atômica.

Contornos gerais da proposta foram aventados por um funcionário da diplomacia americana em Genebra. Ele afirmou que Teerã poderia retomar certas transações financeiras e receber parte dos fundos bloqueados no exterior caso desacelere seu enriquecimento de urânio até um acordo definitivo.

O prazo discutido é de seis meses. "Vejo potencial para delinear [este] primeiro passo", disse o americano.

Após esse intervalo, haveria novas negociações para um acordo final.

Não está claro se a proposta supõe a interrupção total das atividades nucleares neste período ou se a oferta permitirá a Teerã continuar enriquecendo urânio, desde que em níveis baixos de pureza, para dificultar a eventual busca da bomba.

O Irã diz que seu programa tem fins pacíficos.

O número dois da delegação iraniana, Abbas Araghchi, descartou a interrupção do programa nuclear. "A suspensão do enriquecimento de urânio é a linha vermelha para o Irã. [...] O enriquecimento é algo importante para nós e continuará com certeza."

Numa iniciativa vista como reflexo da atmosfera construtiva, diplomatas americanos e iranianos tiveram um encontro bilateral paralelo.

O chefe da delegação iraniana, o chanceler Mohammad Javad Zarif, se disse "otimista de que [as partes poderão] avançar." Em entrevista à CNN, disse que um acordo provisório pode ser assinado hoje, e previu o acordo final em menos de um ano.

As partes não esclareceram se a proposta das potências leva em conta oferta apresentada pelo Irã no encontro anterior, ocorrido há três semanas, também em Genebra.

O Irã havia oferecido diminuir o grau de pureza do urânio enriquecido e assinar um tratado internacional que submete signatários a inspeções nucleares mais intrusivas e praticamente sem aviso prévio. Em troca, esperava a suspensão das sanções mais severas, que afetam a indústria petroleira.

NOVAS SANÇÕES

Mesmo com os sinais de um possível acordo, a Comissão Bancária do Senado americano anunciou ontem que manterá a tramitação de um novo pacote de punições contra Teerã.

Senadores afirmam compartilhar da preocupação de Israel, que alertou para o risco de "erro histórico" em caso de acordo.

Única potência nuclear do Oriente Médio, Israel diz considerar o programa atômico iraniano uma ameaça.

Em Teerã também há grupos contrários a um acordo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página