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EUA rebatem retórica anti-Irã de Israel

Após premiê israelense afirmar rejeitar eventual acordo com a república islâmica, Casa Branca diz que crítica é 'prematura'

Potências enviam chanceleres a Genebra na última hora, em sinal de avanço nas negociações nucleares

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Numa rara discordância pública entre EUA e Israel, a Casa Branca rebateu ontem a agressiva retórica israelense contrária ao avanço das negociações rumo a um possível acordo nuclear preliminar entre as potências e o Irã.

A divergência entre os aliados foi externada depois que as potências ocidentais decidiram enviar às pressas seus chanceleres a Genebra para participar da fase final de uma rodada decisiva de conversas com Teerã.

Furioso com o ensaio de normalização entre Irã e Ocidente, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse na manhã de ontem que rejeita "completamente" um eventual acordo e reiterou a ameaça de atacar o Irã.

Na véspera, Netanyahu havia qualificado um possível acordo de "erro histórico".

Um porta-voz da Casa Branca respondeu afirmando que nenhum pacto havia sido assinado ainda. "Por isso, qualquer crítica é prematura".

O embate sucedeu visita do secretário de Estado americano, John Kerry, a Israel. Segundo relatos, o encontro com Netanyahu foi tenso.

Kerry evitou declaração conjunta com o premiê e viajou diretamente a Genebra, adiando na última hora viagens para Argélia e Marrocos.

Ao chegar à Suíça, o americano reuniu-se com Mohammad Javad Zarif, chanceler iraniano, e com Catherine Ashton, chefe diplomática da União Europeia, que tem mandato para negociar com Teerã em nome das seis maiores potências.

Além de Kerry, os chanceleres de França, Reino Unido e Alemanha também chegaram para reforçar as negociações iniciadas na quinta-feira. Representantes ministeriais de Rússia e China, igualmente incumbidos de tratar com o Irã, se unirão às conversas de hoje.

A decisão das potências de despachar altos membros do governo e de prolongar as conversas por mais um dia reforça expectativas de que um acordo possa ser iminente.

Detalhes não foram divulgados. Mas, segundo relatos, o pacto preliminar exigirá do Irã que pare o enriquecimento de urânio a 20%, nível que, em tese, permite saltar com facilidade para os 90% necessários à bomba.

Teerã também deverá desfazer-se do estoque de urânio a 20%, diminuir o número de centrífugas ativas e interromper a construção de uma central atômica na cidade de Arak, cuja tecnologia poderia permitir a construção de uma bomba de plutônio.

Em troca, o Irã, que diz enriquecer urânio para fins exclusivamente civis, poderia recuperar parte dos fundos bloqueados no exterior, avaliados em US$ 50 bilhões (R$ 115 bilhões). Também fala-se em medidas que permitam a Teerã beneficiar-se de um alívio nas sanções a exportações.

Cumpridas as obrigações mútuas num período-teste de seis meses, as duas partes poderiam, então, delinear um acordo definitivo. Mas Kerry deixou claro ontem que um pacto preliminar não está pronto e que "importantes divergências" permanecem.

Um diplomata de Teerã afirmou à agência iraniana Mehr que seu governo espera das potências um compromisso mais explícito de que as sanções petroleiras e bancárias serão levantadas.

As negociações nucleares entraram numa fase mais construtiva depois que o pragmático Hasan Rowhani foi eleito à Presidência iraniana, em junho.


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