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Obama rejeita mais sanções contra o Irã
Presidente apela ao Congresso para que não adicione novas punições ao país, o que prejudicaria as negociações
Relatório da agência da ONU mostra que Irã interrompeu expansão da sua capacidade de enriquecer urânio
O presidente Barack Obama pediu ontem ao Congresso dos EUA que não imponha sanções adicionais ao Irã e que dê chances ao país para que prove seu compromissos com as negociações sobre seu programa nuclear.
"Não há necessidade de adicionar novas sanções, que já são muito eficazes e que levaram os iranianos a negociar", disse em entrevista.
Obama ressaltou que os EUA querem evitar que o Irã desenvolva armas nucleares e farão o possível para alcançar esse objetivo.
O presidente prefere, porém, uma solução diplomática a um conflito militar e, por isso, impôs as sanções, obrigando o país a negociar.
Obama afirmou que as sanções deram resultados e que o presidente Hasan Rowhani se propôs a um acordo com a comunidade internacional.
De acordo com as negociações da semana passada entre o grupo P5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) e o Irã, os EUA aliviariam as sanções em troca de um acordo.
As principais sanções, no entanto, seriam mantidas, segundo Obama.
E, caso o Irã viesse a descumprir o que fosse acordado, as sanções retiradas seriam retomadas.
"Vamos manter as que têm maior impacto sobre a economia iraniana, especificamente as sanções de petróleo e referentes aos bancos e financiamentos", disse Obama.
SEM EXPANSÃO
Segundo relatório da agência de energia nuclear da ONU (AIEA), o Irã praticamente interrompeu a expansão da capacidade de enriquecimento de urânio nos últimos três meses, período que envolve a gestão do presidente Rowhani, que tomou posse em 3 de agosto.
O documento, divulgado ontem, mostrou que o estoque iraniano de urânio enriquecido a um nível mais elevado cresceu 5%, para 196 kg, desde agosto.
Mas o estoque ainda permaneceu abaixo dos 250 kg necessários para a construção de uma bomba se o urânio for ainda mais refinado.
Apenas quatro centrífugas estão em atividade na central de enriquecimento de Natanz, e a taxa de produção de urânio enriquecido a 5% e 20% "continua a mesma", indicou a AIEA.
Segundo a agência, o Irã não ativou nenhuma das centrífugas da geração IR-2M, adquiridas recentemente, e "nenhum componente importante" foi instalado no reator em construção de Arak.
As centrífugas IR-2M preocupam a comunidade internacional porque diminuiriam o tempo necessário para enriquecer urânio suficiente para produzir armas atômicas.
Já o reator de Arak poderia fornecer plutônio, uma alternativa ao urânio para produzir armas atômicas.
O relatório da AIEA foi divulgado a poucos dias do início da nova rodada de negociações em Genebra entre o Irã e o grupo P5+1, que deve começar no dia 20.
O Irã rejeita as acusações de que busca tecnologia para construir armas nucleares.