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Mercado celebra queda de 'xerife' argentino

Bolsa sobe com renúncia de Guillermo Moreno; responsável pelo controle de preços, tinha fama de autoritário e polêmico

Moreno foi acusado de maquiar dados como inflação e PIB; era um dos maiores inimigos da mídia oposicionista

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

A renúncia de Guillermo Moreno, que estava havia oito anos no comando da Secretaria de Comércio Interior da Argentina, fez com que o índice Merval da Bolsa de Buenos Aires subisse três pontos ontem, depois de uma queda de 6% na segunda.

Moreno, uma espécie de xerife da política econômica do governo Kirchner, pediu demissão na terça à noite, um dia após Cristina Kirchner ter anunciado Axel Kicillof, 42, novo ministro da Economia.

Polêmico e autoritário, o ex-secretário batia de frente com grupos de mídia oposicionistas, sobretudo o Clarín.

Sob pedido de anonimato, empresários argentinos com quem a Folha conversou nos últimos meses fizeram críticas a ele e à sua gestão.

Em sua biografia não autorizada, "O Bom Selvagem" (Ed. Sudamericana, 2008), há relato de um executivo de que ele deixava um revólver sobre a mesa em algumas reuniões.

Moreno é considerado o responsável por maquiar os dados de inflação, pobreza e PIB do país. No início do ano, o FMI censurou a Argentina pela falta de credibilidade das estatísticas.

Sob seu comando, as importações também viraram um problema. A exigência das DJAI (Declarações Juradas de Antecipação de Importações), em que cada pedido de importação é analisado individualmente, fez com que produtos brasileiros não conseguissem entrar no país.

"Com esse homem não se podia falar. A saída dele é um gesto da Casa Rosada de que há a vontade de diálogo com o setor privado", afirma à Folha Ruben Oscar García, secretário da Câmara de Importadores da Argentina.

Para o economista Lorenzo Sigaut Lavina, a renúncia de Moreno e a nomeação de um novo ministro da Economia levantam uma questão essencial: a política econômica do país mudará? "Mudar só as pessoas não adianta nada se não houver uma mudança na economia."

NOVO MINISTRO

Axel Kicillof, o novo ministro da Economia, é chamado de marxista e prega a intervenção do Estado na economia. Ex-vice-ministro da pasta, chamou de "palhaço" e "imbecil" quem se opôs à estatização da petroleira YPF em 2012.

Antes de trabalhar no governo Kirchner, ele, que pertence à La Cámpora, movimento jovem ultrakirchnerista, foi professor de economia da Universidade de Buenos Aires e trabalhou na hoje estatal Aerolíneas Argentinas.


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