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Governista aposta em benesses a eleitores no pleito de Honduras

Candidato oferece transporte até locais de votação e distribui caixões; lei local permite

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA (HONDURAS)

Cartões de desconto no comércio, caixões funerários e um banco de dados com nome, telefone e endereço de 34% dos eleitores de Honduras. Para compensar a baixa popularidade do presidente Porfirio "Pepe" Lobo, o governista Partido Nacional (PN, de direita) aposta na máquina estatal e na ampla estrutura partidária para vencer as eleições de amanhã.

O candidato presidencial, Juan Orlando Hernández, aparece nas pesquisas em empate técnico com Xiomara Castro, mulher do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto num golpe de Estado, em 2009.

Como a legislação local não proíbe essas práticas, a distribuição de benesses e o assédio a eleitores são feitos às claras.

Na campanha, Hernández distribuiu pessoalmente centenas de máquinas para fazer tortillas (comida típica do país) envoltas em propaganda eleitoral, dentro do "Microempresárias do Milho", um dos diversos programas financiados com dinheiro do Congresso e administrado por sua campanha.

A venda de tortillas é um dos trabalhos autônomos mais comuns em Honduras, onde cerca de 40% da população vive com menos de US$ 1,25 por dia.

Outro programa de Hernández distribui gratuitamente caixões funerários, uma demanda em alta num país que ostenta a mais alta taxa de homicídios do mundo, de 86,5 por 100 mil habitantes, três vezes maior do que a do Brasil.

Já para o dia da eleição, o PN criou um grande esquema para monitoramento e transporte de eleitores. No quartel-general da campanha, que a Folha visitou anteontem, há um "call center" com 400 atendentes. A partir de uma base de dados de 1,8 milhão de pessoas, o objetivo ali é contatar eleitores e buscá-los em casa para votar.

O cadastro foi montado, segundo o PN, com base em 1,2 milhão de votantes nas eleições primárias do partido e da informação recolhida na entrega do "cachureca", cartão distribuído pela campanha que dá até 35% de desconto em compras que vão desde créditos de celular até lanchonetes do Burger King.

Além do telefone, o PN diz contar com um "exército" de militantes para fazer o transporte de eleitores.

A "máquina" busca compensar a baixa popularidade do presidente Lobo, cujo governo é rejeitado por metade da população, segundo pesquisa Cid-Gallup realizada no final de outubro.

Durante a campanha, ele pouco apareceu ao lado de Hernández.


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