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Alemanha estabelece governo de coalizão
Angela Merkel aceita a criação de salário mínimo no país para atrair sociais-democratas
O estabelecimento de um salário mínimo oficial foi uma das medidas aceitas pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para formar a coalizão de governo entre o seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), e o Partido Social-Democrata (SPD).
O acordo foi fechado ontem, após mais de um mês de reuniões e dois meses depois da eleição parlamentar no país, que deu a liderança para a coalizão conservadora da chefe de governo, mas não foi capaz de produzir uma maioria no Parlamento.
O rendimento era uma das exigências do SPD para integrar a coalizão.
A partir de 2015, alemães ganharão ao menos € 8,50 (R$ 26,35) por hora. Hoje, 5,6 milhões (17% dos assalariados) não ganham isso. Os sociais-democratas também conseguiram o compromisso de melhoras no sistema previdenciário e a dupla nacionalidade para filhos de imigrantes nascidos no país.
As novas medidas não significarão aumento de impostos, disse a própria Merkel antes do fim das negociações.
Ela afirmou ainda que manterá o controle das finanças, com prosperidade e segurança social, aumentando investimentos em educação, pesquisa e infraestrutura.
Para que a coalizão seja fechada, será necessária uma consulta aos 470 mil filiados do SPD. O resultado deve ser anunciado em 14 de dezembro. Se aprovada, Merkel poderá assumir o cargo no Parlamento alemão no dia 17, com o voto de 504 dos 631 deputados da Câmara Baixa.
COMPROMISSOS
Esta será a segunda vez que Merkel liderará uma grande coalizão de governo, como aconteceu na primeira legislatura em que foi chefe de governo (2005-2009).
Na última legislatura, Merkel optou por governar com o Partido Liberal (FDP), grupo que ficou fora do Parlamento por não superar a barreira dos 5% dos votos.
Além das concessões aos sociais-democratas, a chanceler integrou demandas da União Social-Cristã (CSU), que inclui pedágio para estrangeiros em estradas alemãs. Com a coalizão, a oposição será restrita ao partido A Esquerda, com 64 cadeiras, e aos Verdes, com 63.
PERIGO E ESTABILIDADE
A Confederação da Indústria Alemã (BDI) vê perigos.
"Não é um impulso para o crescimento e o emprego, pois impõe um novo teste de resistência à economia e põe em perigo o que a Alemanha tem de atrativo para as indústrias", disse Ulrich Grillo, presidente de la BDI.
Na Espanha, o premiê Mariano Rajoy e o presidente francês, François Hollande, concordaram que o acordo dá estabilidade política à Alemanha e à UE.
