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Coreia do Norte tenta demonstrar união em tributo a pai de ditador
Ex-mulher de líder executado, porém, não compareceu ao evento
A liderança do regime comunista da Coreia do Norte procurou ontem demonstrar união em torno do ditador Kim Jong-un na cerimônia que lembrou os dois anos da morte de seu pai e antecessor no posto, Kim Jong-il.
O evento solene ocorreu menos de uma semana após a confirmação da execução, por traição, de Jang Song-thaek, tio do ditador, tido como um de seus mais próximos conselheiros.
Kim Jong-un não fez nenhum discurso durante a cerimônia, em que seu pai --representado em um enorme retrato do pavilhão do palácio Kumsusan-- foi exaltado como autor de "façanhas imortais e gloriosas".
A cerimônia, tida como um gesto de força da dinastia Kim após as suspeitas de complôs expostas pela execução, teve como notória ausência a viúva de Jang e irmã do falecido, Kim Kyong-hui.
Tia de sangue de Kim Jong-un, seu status dentro do Partido Comunista do país era desconhecido até o domingo, quando seu nome apareceu com destaque na lista de autoridades presentes ao funeral de um oficial.
CASOS DE FAMÍLIA
Acredita-se que Kim Kyong -hui tenha sido muito próxima de seu irmão quando este liderou o regime, entre 1994 e 2011, período no qual ocupou diversos postos no Partido Comunista.
Ela e Jang eram chamados de "casal manda-chuva de Pyongyang" por observadores internacionais, pela influência que teriam sobre o novo ditador, de cerca de 30 anos, que não havia sido preparado pelo pai a tempo de assumir o poder.
A sucessão caberia a seu meio-irmão mais velho, Kim Jong-nam, que se envolveu em um escândalo em 2001, ao tentar entrar no Japão usando um passaporte falso.
Ao justificar a morte de Jang, o regime o condenou, entre outros delitos, por "relações impróprias" com mulheres, o que indicaria a proteção de sua viúva pelo alto escalão norte-coreano.