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Turquia pune policiais por prender aliados

Megaoperação anticorrupção deteve pessoas ligadas ao governo de Recep Erdogan, incluindo filhos de ministros

Cinco chefes de polícia são afastados por abuso de poder e por "necessidades administrativas"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Cinco chefes de polícia foram destituídos de seus cargos após uma megaoperação contra a corrupção na Turquia ter detido 52 pessoas anteontem, incluindo filhos de três ministros do governo do premiê Recep Tayyip Erdogan e o executivo-chefe do banco estatal Halk Bankasi.

Segundo meios de comunicação turcos, os policiais faziam parte de equipes de combate ao crime organizado, ao contrabando e a operações financeiras criminosas e teriam supervisionado as detenções de terça. Eles foram afastados das investigações sob justificativa de abuso de poder e de "necessidades administrativas".

Para o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc, a operação de terça foi planejada para manchar a reputação do governo. "Acreditamos na inocência de nossos amigos. Isso não significa, porém, que eles serão protegidos caso estejam envolvidos em atividades criminosas."

A polícia teria encontrado caixas de sapato com US$ 4,5 milhões em espécie na casa do executivo-chefe do banco estatal Halk Bankasi, segundo a agência de notícias turca Dogan.

A suspeita é a de que o banco, mediante propina, tenha auxiliado empresários a fazer vendas ilegais de ouro ao Irã, que estava sob embargo internacional.

Os filhos dos ministros da Economia, do Interior e do Meio Ambiente também estão sendo investigados por corrupção ativa, fraude e lavagem de dinheiro.

Ontem, o premiê fez apenas declarações indiretas sobre as detenções de terça. "Há uma operação suja em andamento", disse Erdogan.

"O objetivo é ferir nossos bancos públicos, que hoje estão no mesmo nível que os da Europa. Enquanto tentamos colocar a Turquia entre as nações mais importantes do mundo até 2023, outros tentam abortar nosso rápido crescimento", disse.

A oposição pede a renúncia de Erdogan e dos ministros cujos filhos foram detidos.

QUEDA DE BRAÇO

Segundo analistas, a operação policial é resultado da tensão entre Erdogan e o grupo Hizmet, do clérigo islâmico radicado nos EUA Fetullah Gulen, cujos seguidores teriam grande influência na polícia e no Judiciário turcos.

Gulen era aliado do partido governista Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AKP, mas a relação veio se deteriorando nos últimos meses. Em novembro, Erdogan anunciou planos de fechar as escolas privadas ligadas ao Hizmet, importante fonte de renda do grupo.

O Hizmet nega estar envolvido nas investigações da polícia sobre corrupção.

Erdogan controla a política turca desde que foi eleito, em 2002. Em junho deste ano, ele enfrentou uma onda de protestos no país. Em agosto de 2014, acontecerão eleições presidenciais na Turquia.


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