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Brasil é 'uma das democracias mais vibrantes do mundo', diz Snowden

Ex-técnico que revelou espionagem americana afirma que gostaria de poder morar no Brasil

Em entrevista ao 'Fantástico', americano diz não acreditar que teria julgamento justo nos Estados Unidos

DE SÃO PAULO

Responsável por revelar um amplo esquema de espionagem dos EUA, o ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden afirmou que gostaria de morar no Brasil, que disse ser "um país lindo" e "uma das mais interessantes e vibrantes democracias do mundo".

As declarações foram divulgadas ontem pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, que manteve contato com Snowden por e-mail, por intermédio de um advogado.

Na entrevista, o americano disse se sentir "encorajado e impressionado pela crescente liberdade política que os brasileiros estão vivendo".

E acrescentou que Glenn Greenwald, jornalista com quem vem trabalhando para revelar detalhes da espionagem americana, vive e trabalha "de forma livre e segura no Brasil, apesar da pressão feita por EUA e Reino Unido".

A entrevista ocorreu dias após a Folha ter publicado uma "carta aberta ao povo do Brasil", na última terça-feira.

No texto, Snowden explicou não poder ajudar nas investigações sobre a espionagem americana no país, que atingiu até mesmo as comunicações da presidente Dilma Rousseff, por não ter ainda asilo permanente --ele atualmente vive na Rússia, sob asilo temporário, válido até agosto de 2014.

Segundo a reportagem apurou, o texto fazia parte de uma campanha para sensibilizar o governo brasileiro a acolher o ex-técnico da NSA de forma permanente no país.

A presidente Dilma, porém, disse que não iria se manifestar sobre o assunto porque o governo considera que não houve pedido formal de asilo por parte do delator.

Na entrevista exibida ontem, Snowden diz que o objetivo da carta foi encorajar o povo brasileiro a "defender seu direito à privacidade". Ele negou, porém, querer trocar o asilo por informações sobre o programa de espionagem.

DECISÃO HUMANITÁRIA

"Uma concessão de asilo deve ser sempre uma decisão puramente humanitária", afirmou.

Snowden disse ainda que não teria um julgamento justo nos EUA. Para ele, a legislação americana falha ao não diferenciar "quem denuncia programas ilegais e o espião que vende segredos para terroristas".

Apesar disso, o ex-técnico da NSA disse que não se arrepende de ter divulgado os documentos que deixaram os EUA em situação delicada no cenário internacional.

Ele também rebateu as críticas de que sua atitude tenha prejudicado a luta contra o terrorismo.

"Já se passaram seis meses desde que as reportagens começaram, e a NSA nunca mostrou um só exemplo de prejuízo causado por essas revelações", disse.

Snowden também comentou as recomendações feitas por uma comissão criada pelo presidente americano, Barack Obama, para rever a atuação dos serviços de espionagem. Entre as sugestões está a de equiparar os direitos à privacidade dos estrangeiros aos dos americanos.

"O relatório é um começo, mas muitas das recomendações são cosméticas; soam bonito, mas mudam pouco."

O delator disse ainda ser grato por poder viver em liberdade na Rússia e por poder "participar de um debate global tão importante".


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