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Egípcios aprovam texto da nova Constituição por ampla maioria

Carta é aprovada com 98% dos votos, diz governo; baixo quórum, porém, afeta legitimidade

Resultado é vitória parcial para o Exército, que não conseguiu evitar o boicote da Irmandade Muçulmana

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

O Egito aprovou, ontem, o texto da nova Constituição do país com 98% de aceitação, de acordo com informações do Comitê Eleitoral, citado pelo jornal local "Al-Ahram", ligado ao governo.

Os primeiros resultados haviam começado a ser divulgados pela manhã na mídia local, já apontando vitória quase unânime no pleito. Mas o resultado oficial só deve ser divulgado amanhã.

Segundo o "Al-Ahram", o comparecimento às urnas foi de cerca de 37% do total de eleitores, de acordo com as informações preliminares, apesar de fontes no governo terem afirmado, anteriormente, que mais de metade da população havia votado.

Os resultados confirmam a expectativa em dois aspectos: a aprovação em margem segura e a baixa participação no pleito. Enquanto o primeiro é uma vitória do Exército e do governo interino, o segundo aponta que garantir a estabilidade no Egito será um desafio para o futuro.

Com a aprovação da nova Carta, o presidente interino Adly Mansur deve convocar eleições parlamentares e presidenciais. A ordem dos pleitos não está decidida. Em todo caso, é esperado que o líder militar Abdel-Fatah al-Sisi, visto como mentor do golpe de Estado de julho, concorra à Presidência no país.

Esses eventos marcam o início da transição democrática no país, na sequência da deposição do ex-presidente islamita Mohammed Mursi. A Irmandade Muçulmana, à qual ele é ligado, havia pedido o boicote no referendo.

RESISTÊNCIA

Recentemente considerada terrorista no país, a Irmandade Muçulmana deve apresentar séria resistência ao governo egípcio. Durante o pleito, confrontos deixaram mortos no Egito e mais de 400 foram presos.

Ontem, um estudante foi morto durante conflito entre islamitas e forças de segurança, na Universidade do Cairo, tradicional ponto de aglomeração de membros da Irmandade segundo o "Al-Ahram", citando funcionários do Ministério do Interior.

A Constituição aprovada hoje é elogiada por parte da população devido às liberdades garantidas, por exemplo, às mulheres. Mas o texto permite, também, julgamentos militares a civis e exige anuência do Exército à nomeação do ministro da Defesa. O orçamento militar fica livre de interferência civil.

Ahmad Ali, porta-voz do Exército, afirmou que o resultado "confirma que os egípcios são o primeiro povo livre na história".


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