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'Closer' destoa de jornalismo francês ao publicar traição

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

A revelação de um caso extraconjugal do presidente da República forçou a imprensa francesa a repercutir uma publicação que destoa da tradição do jornalismo do país, normalmente avesso à vida pessoal de políticos.

Autora da façanha, a revista "Closer", não deixou de mencionar o constrangimento na edição de ontem, lembrando que, enquanto o affaire de François Hollande era notícia pelo mundo, a mídia francesa preferia aguardar posição do palácio do Eliseu.

A revista chegou ao país em 2005, copiando a "Closer" britânica, e em 2006 foi vendida à filial francesa do grupo Mondadori, um dos principais da Itália e controlado pela família do ex-premier Silvio Berlusconi.

A sede do grupo, perto de Milão, foi projetada por Oscar Niemeyer.

O tratamento de políticos como celebridades não é novo entre os britânicos, mas foi pioneiro na França e tem histórico de polêmicas.

Foi a revista que publicou fotos de biquíni de Ségolène Royal, então mulher do atual presidente. Também divulgou as primeiras fotos de Hollande e Valérie Trierweiler juntos. Nicolas Sarkozy e Carla Bruni também foram alvos.

As fotos da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, fazendo topless levaram até a versão britânica homônima a buscar se distanciar da irmã francesa.

Na França, país com legislação dura na defesa da privacidade, "Closer" já recebeu diversas condenações, entre elas pelas fotos de Kate.

Líder do segmento de celebridades, a revista tem circulação de 348 mil exemplares semanais, mas vendeu o dobro disso na edição que revelou o caso. É o suficiente para pagar mais de oito vezes a indenização de € 54 mil pedida por Julie Gayet.

Na edição de ontem, a "Closer" diz que seus jornalistas estão "orgulhosos" em dividir o furo de reportagem com os leitores e conta os bastidores da apuração.

Em editoral assinado pela diretora de redação, Laurence Pieau, a revista ironiza que os veículos "muito sérios" denunciem o tratamento de políticos como famosos, mas que hoje recorram ao mesmo expediente.

A Folha procurou Pieau ontem, mas sua assistente disse que ela não estava disponível para entrevista.


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