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Russos devem estender asilo a Snowden

Delator 'não será mandado embora' quando prazo expirar, diz parlamentar que chefia comissão de Relações Exteriores

Declaração foi dada em reunião no fórum de Davos; Dilma reage com rispidez a pergunta sobre asilar americano

CLÓVIS ROSSI DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

O parlamentar russo Aleksei Pushkov disse ontem que o ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden "não será mandado embora da Rússia" quando expirar o prazo de seu asilo temporário no país, que vai até agosto.

Pushkov falou durante o painel "O Futuro do Poder dos EUA" no Fórum Econômico Mundial em Davos. Ele é chefe da Comissão de Relações Exteriores da Duma (equivalente à Câmara).

Na véspera, Snowden, responsável por vazar o esquema de espionagem americano, disse pelo Twitter que gostaria de retornar aos EUA, mas não o faz por não crer em julgamento justo.

Também em Davos, ontem, a presidente Dilma Rousseff reagiu até com certa rispidez a uma pergunta sobre a possibilidade de o Brasil conceder asilo a Snowden.

"Não houve pedido de asilo, logo essa pergunta está comprometida", disse a presidente durante uma conversa no geral bastante amena com jornalistas que fazem parte do International Media Council criado pelo Fórum Econômico Mundial.

É a segunda vez em que Dilma, indiretamente, diz não à campanha em favor do asilo a Snowden no país.

A resposta corresponde ao sentimento que se percebe nitidamente no Itamaraty de que conceder o asilo, se eventualmente vier a ser solicitado, equivaleria a atravessar a rua para escorregar numa casca de banana.

Machucaria fortemente as relações com os Estados Unidos, que ao governo brasileiro interessa preservar no bom momento em que estavam até que Snowden expôs a espionagem sobre a própria Dilma.

À época, a presidente adiou uma visita de Estado que faria a Washington.

Ou seja, houve um esfriamento no mais alto nível, mas nem por isso o relacionamento bilateral nos escalões abaixo ficou prejudicado.

Tanto assim que estão previstas para breve duas reuniões do intenso pacote entre os dois países: uma do Fórum Empresarial Brasil-Estados Unidos e outra entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Departamento norte-americano de Comércio.

Também é iminente a viagem do chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo a Washington para conversar sobre a espionagem.

O governo brasileiro entende que as alterações que o presidente Barack Obama anunciou nesse capítulo dizem respeito apenas aos aspectos gerais e não resolvem o particular, a vigilância sobre Dilma e outros alvos brasileiros.

Por isso mesmo, não está ainda no horizonte a remarcação da visita de Estado a Washington.

Enquanto não se criarem condições políticas, a visita não ocorrerá.

E por condições políticas o governo entende respostas sobre a espionagem no plano bilateral.

Se elas vierem já durante a viagem de Figueiredo a Washington, o processo de preparação da visita poderá ser desencadeado, até porque a visão do Itamaraty é a de que interessa a qualquer país do mundo ter boas relações com os Estados Unidos.


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