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Uruguai quer facilitar residência no país

Projeto prevê simplificar processo para cidadãos do Mercosul, o que abre brecha para que comprem maconha

Droga teve a sua venda legalizada no país no ano passado; por mês, até 40 gramas podem ser adquiridos

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

O governo do Uruguai enviou ao Congresso um projeto de lei que deve facilitar a cidadãos do Mercosul e países associados ao bloco a obtenção de residência permanente no país.

Se aprovada, a nova legislação poderá abrir uma brecha para que brasileiros consigam comprar maconha nas farmácias do país.

A venda de até 40 gramas mensais da droga (equivalente, grosso modo, a 40 cigarros) foi legalizada para residentes e cidadãos uruguaios, após projeto do governo ter sido aprovado pelo Congresso no final do ano passado. A medida deve entrar em vigor em abril.

"Toda pessoa que obtenha a residência permanente, para a qual são necessários 90 dias no país e realizar os trâmites necessários, e tenha mais de 18 anos, poderá se registrar para comprar maconha", informou à Folha a Junta Nacional de Drogas do Uruguai.

Segundo o projeto de lei, o trâmite para a obtenção da residência definitiva duraria no máximo 30 dias úteis, e não mais um ano. E teria bem menos exigências.

O projeto do Executivo ao Parlamento explicita apenas a necessidade de comprovação de nacionalidade.

Diz, ainda, que cidadãos de Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, Chile, Equador e Peru poderão solicitar a residência definitiva no Uruguai com exigências menos rígidas do que as feitas atualmente a quem pede residência temporária.

Hoje, para ter permissão temporária, é preciso apresentar documentos pessoais, atestado de saúde e certidão de antecedentes criminais.

É preciso ainda desenvolver uma atividade temporária no país, mas não é necessário demonstrar um vínculo maior, como negócio próprio, emprego fixo ou filhos matriculados em escolas no Uruguai.

Apenas quando a lei for regulamentada, porém, é que os novos requisitos serão conhecidos. Pelo projeto, isso deve ocorrer até 30 dias após a publicação da lei.

O governo do presidente José Mujica diz que a ideia é reforçar o caráter "integracionista" do Uruguai e estreitar os laços entre os países sul-americanos que compõem o Mercosul, por meio de "uma política de livre circulação".

No Ministério das Relações Exteriores, que passará a abrigar esse trâmite no lugar da pasta do Interior, a iniciativa é chamada de "ambiciosa" e de "vanguarda".

Em 2013, o Uruguai, que tem 3,4 milhões de habitantes, deu residência permanente a 5.885 estrangeiros. Em 2012, o número foi menor: 2.426. Desse total, 634 foram outorgadas para brasileiros --no ano anterior, haviam sido 305. Já para os argentinos foram 1.645 autorizações, contra 461 em 2012.

O projeto de lei também facilita a concessão de direito de residência para parentes estrangeiros de uruguaios.


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