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Regime sírio mata ao menos 85 em ataque
Bombardeio contra rebeldes em Aleppo teria sido feito por helicópteros do Exército e vitimado 65 civis, segundo ONG
Ação violenta ocorreu apenas um dia após o fim das negociações de paz entre o governo e a oposição, em Genebra
Ao menos 85 pessoas morreram anteontem em Aleppo, principal cidade do norte da Síria, após bombardeio de helicópteros do Exército sírio.
A informação foi divulgada ontem pela ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Entre os mortos estão 65 civis, incluindo dez crianças e dez integrantes da Frente al-Nusra [ligada a Al Qaeda]. Os ataques com barris de explosivos ocorreram na zona leste de Aleppo", afirma um comunicado da ONG.
O Exército sírio iniciou uma ofensiva para entrar nos bairros rebeldes da zona leste da cidade. O ministro da Defesa, o general Fahd Jasem al-Freikh, viajou na sexta-feira para a localidade.
Este foi um dos piores ataques aéreos na região. Em dezembro, ação similar deixou 76 vítimas.
O bombardeio de anteontem aconteceu apenas um dia após o fim das negociações de paz entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição, que não deram resultados.
Os rebeldes desejavam a saída do ditador, ponto que para o governo está fora de cogitação.
De acordo com a ONU, aproximadamente 2,5 milhões de sírios fugiram do país desde o início do conflito que deixou mais de 130 mil mortos, em março de 2011.
AJUDA HUMANITÁRIA
As diferenças políticas entre os grupos também dificultam a entrega de ajuda humanitária em Homs, região central da Síria. Caminhões de suprimentos estariam em um depósito à espera de que o governo e os rebeldes se entendam sobre a situação dos moradores da cidade.
A conjuntura também é crítica no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, perto de Damasco, onde 85 pessoas morreram desde junho devido à falta de remédios e alimentos. O local serve de abrigo para rebeldes e é cercado pelas tropas de Assad.
O Reino Unido anunciou que acolherá centenas de refugiados sírios, em especial de grupos mais vulneráveis, como vítimas de tortura.
A medida não faz parte do programa do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, cujo objetivo é que os países ocidentais recebam cerca de 30 mil sírios.
Até agora, a Alemanha se comprometeu a acolher cerca de 10 mil refugiados sírios, enquanto a França receberá cerca de 500.