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Sem EUA, afegãos negociam com Taleban

Porta-voz da Presidência afegã confirma diálogo e diz que exclusão de americanos 'incentivou' rebeldes a conversar

Movimento explicaria resistência do governo Karzai a assinar acordo sobre permanência de parte de tropas dos EUA

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

O presidente afegão, Hamid Karzai, tem negociado um acordo de paz de forma secreta com o Taleban, sem a interferência americana. A informação, dada por "fontes ocidentais e afegãs" ao "New York Times", foi confirmada pelo porta-voz da Presidência do país, Aimal Faizi.

"Os últimos dois meses foram muito positivos", disse Faizi, que classificou a negociação como a "mais séria" com o Taleban desde que a guerra começou.

O movimento explicaria a resistência de Karzai em assinar um acordo com os EUA sobre a permanência de parte das tropas no país após a retirada prevista para este ano. Além disso, o presidente afegão vem insistindo na libertação de talebans detidos e tem, constantemente, apresentado possíveis evidências de crimes cometidos pelas tropas americanas.

Segundo Faizi, a dura atitude de Karzai sobre o acordo com Washington teria "incentivado" os insurgentes a seguirem com as conversas iniciadas em novembro, por iniciativa do próprio Taleban.

Altos funcionários do governo afegão teriam se encontrado com líderes do movimento nas últimas semanas, nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita.

Contudo, fontes do próprio governo estariam questionando a influência desses interlocutores e sua ligação com o mulá Mohammad Omar, principal líder do Taleban.

Apesar de o diálogo ter avançado muito pouco, segundo autoridades envolvidas, as conversas teriam contribuído para minar ainda mais a frágil relação de confiança entre os EUA e Karzai.

Diante da recusa de Karzai em fechar o acordo com os EUA, o presidente Barack Obama convocou ontem uma reunião com comandantes --inclusive o general Joseph Dunford, responsável pelas forças internacionais no Afeganistão-- para discutir o futuro das tropas no país.

No dia anterior, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, dissera que os EUA não poderiam "esperar muito" por um acordo com o governo afegão. "Não pode haver e não haverá tropas no Afeganistão depois de 2017 sem um acordo bilateral", disse Carney.

PAQUISTÃO

Em Islamabad, os diálogos entre o governo e o Taleban paquistanês anunciados na última semana foram adiados. O governo insistiu em ter mais informações sobre os negociadores apontados pela insurgência, e os rebeldes se disseram "decepcionados" com a nova exigência.

"Queremos que as negociações sejam significativas. Podemos começar assim que tivermos essas informações", disse Irfan Siddiqui, principal negociador do Paquistão.

Para o negociador-chefe do Taleban, Sami ul-Haq, a exigência do governo mostra que as autoridades estão "fazendo piada das negociações e com o país".


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