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'Venezuela não é Ucrânia', diz Maduro

Após três mortes durante a passeata de quarta-feira, presidente diz que oposição quer afundar país na violência

Ativistas protestaram ontem pela libertação de detidos; governistas marcharão hoje contra 'fascismo e golpismo'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dois dias após passeata que deixou três pessoas mortas (uma delas pró-governo) e 66 gravemente feridas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que "este país não é a Ucrânia", em referência aos protestos que se desenrolam desde novembro contra o governo daquele país europeu e nos quais seis pessoas já morreram.

Na passeata de quarta-feira, estudantes e oposicionistas saíram às ruas da capital para protestar contra a crise econômica e de segurança no país e para exigir a libertação de ativistas detidos durante manifestações.

A Venezuela tem sofrido com a inflação em alta e a escassez de produtos. Jornais têm pedido ao governo que libere as divisas necessárias à importação de papel para impressão. Vários já deixaram de circular devido à falta da matéria-prima.

Ontem, centenas de estudantes se concentraram na praça Altamira, em Caracas, para pedir que sejam libertados os opositores presos durante a passeata da quarta-feira e para que os responsáveis pelas mortes sejam levados à Justiça.

"A luta continua enquanto houver estudantes e companheiros presos em vários locais do país", disse o dirigente estudantil Carlos Vargas ao canal Globovisión.

"É um insulto que o governo nacional chame para o diálogo enquanto há companheiros presos e enquanto não se levou à Justiça os responsáveis pela violência de quarta-feira", afirmou.

Anteontem, a Justiça do país decretou a prisão de três líderes oposicionistas, entre eles Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao, cidade da região metropolitana de Caracas. Nenhum deles ainda foi preso ou se entregou.

HOJE

Apoiadores do governo convocaram para hoje, ao meio-dia, uma marcha em Caracas que tem o apoio do presidente. "Foi convocada uma grande marcha de todas as forças sociais e políticas da revolução bolivariana pela paz e contra o fascismo. Assim, eu mesmo me alio a essa chamada. No sábado [hoje], todo o povo em Caracas! Vamos fazer a marcha contra o fascismo, contra a violência, contra o golpismo", afirmou Maduro.

O governo acusa ativistas da sociedade civil e políticos da oposição de estarem por trás de um plano para afundar o país numa "espiral de violência".

Ontem, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos revelou a sua preocupação com a escalada de violência no país e pediu uma investigação imediata e imparcial sobre as três mortes de quarta-feira.

A Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Catherine Ashton, pediu às partes que desenvolvam um diálogo pacífico. Ela ressaltou que a liberdade de expressão e o direito de participar de manifestações pacíficas são essenciais.

O secretário-executivo da aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática disse que a libertação dos detidos "é o primeiro passo para a paz na Venezuela".

Os valores de títulos venezuelanos caíram ontem entre 1,5 e 2 pontos percentuais devido à incerteza sobre a capacidade de o país pagar as suas dívidas.


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