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Rainha Elizabeth inicia transição de poder

Um dos sinais da futura passagem de bastão para o príncipe Charles é a maior presença dele em eventos no exterior

União das equipes de imprensa também é vista como preparação; abdicação, porém, não é cogitada por enquanto

LEANDRO COLON DE LONDRES

Aos 87 anos, a rainha Elizabeth 2ª começa este ano a sair oficialmente de cena para dar visibilidade ao príncipe Charles, 65, seu filho e herdeiro do trono britânico.

O primeiro movimento é a união das equipes de comunicação dos dois no Palácio de Buckingham, algo inédito na história da família real.

O segundo deve ocorrer em junho, quando se espera que a rainha faça sua última viagem ao exterior como chefe de Estado.

Até agora, a assessoria de Charles cumpria expediente na Clarence House, sua residência oficial, seguindo o protocolo de que cada geração da monarquia deve ter sua própria assessoria.

A reunião dos dois times em Buckingham, responsáveis por cuidar da imagem pública de ambos, é apontada como importantíssima no Reino Unido porque quebra pela primeira vez a tradição e também simboliza uma gradual e discreta transição de poder.

A consequência disso é uma "divisão de tarefas", ou "job-share", expressão usada pela imprensa local.

Na prática, Elizabeth deve repassar ao filho atribuições que hoje são dela, com exceção de funções delegadas somente à rainha, a maioria simbólicas, como atos constitucionais e nomeação do primeiro-ministro, incluindo as protocolares reuniões com ele, por exemplo.

Como roteiro da transição, Charles deve começar a assumir oficialmente a representação real no exterior.

Há uma expectativa de que Elizabeth 2ª se despeça das funções diplomáticas no dia 6 de junho, quando vai à Normandia, na França, para celebrar os 70 anos do Dia D --quando as tropas aliadas começaram a virar o jogo contra o eixo nazista na Segunda Guerra Mundial.

Nessa ocasião, Charles deverá acompanhar a mãe, reforçando a demonstração de uma transição em curso.

SEM RENÚNCIA

A rainha já havia dado sinais de cansaço e demonstrado vontade de abrir espaço ao filho em 2013, quando o enviou para o Sri Lanka (Ásia), no tradicional encontro do Commonwealth, comunidade britânica que hoje reúne 54 países, a maioria de ex-colônias.

Mas, apesar desses movimentos, não se cogita qualquer chance de Elizabeth 2ª abdicar do trono a favor de Charles, como fez recentemente a Rainha Beatriz, da Holanda, em favor do filho Willem-Alexander.

Segundo análise de especialistas na monarquia britânica, a família real carrega a experiência traumática pela renúncia, em 1936, do rei Eduardo 8º, tio da atual rainha, causando grande turbulência e instabilidade em Buckingham.

Além disso, Elizabeth 2ª completa 88 anos em abril e, ano que vem, pode atingir o recorde de 63 anos de reinado da rainha Victória, de junho de 1837 até sua morte, em janeiro de 1901. A boa saúde da monarca também é destacada como argumento contra a abdicação.

O movimento de agora é visto em Londres como uma maneira sutil de Elizabeth 2ª repassar ao filho Charles missões que possam dar bagagem e exposição suficientes para prepará-lo ao reinado.

É uma forma, também, de tentar aumentar a popularidade do filho entre os britânicos.

Pesquisa do instituto YouGov, divulgada recentemente pelo "The Sunday Times", mostra que Charles tem 53% da preferência deles para ser o próximo monarca. Seu filho William, o segundo na sucessão, tem 31%.

Apesar de não ser ainda uma unanimidade, Charles tem o apoio de 75% da população para já assumir algumas funções da mãe.


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