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Trabalhadores são soterrados em mina ilegal na África do Sul
Segundo porta-voz do resgate, mineiros não querem sair por medo de serem presos
Os serviços de emergência da África do Sul tentavam resgatar ontem dezenas de mineiros que ficaram presos em uma jazida ilegal de ouro na cidade de Benoni, a leste de Johannesburgo.
Até a noite de ontem, os socorristas haviam conseguido retirar 11 de um grupo de 30 mineiros com quem conversavam, que estavam mais perto da superfície. Eles entraram numa mina abandonada em área de exploração da empresa chinesa Gold One.
As equipes de socorro utilizaram equipamento pesado para tentar escavar um túnel e resgatar os mineradores.
O espaço havia sido descartado pela companhia, mas não estava cercado, o que permitiu a entrada do grupo. Os mineiros dizem que a saída foi bloqueada por grandes pedras que caíram enquanto faziam uma escavação.
O porta-voz do serviço de emergência local, Werner Vermaak, afirmou que entrou em contato com os mineiros. Eles disseram existir um outro grupo, com mais de 200 pessoas, que também teve a passagem impedida e está em área da mina abaixo deles.
O porta-voz declarou, porém, que não era possível confirmar esse número, enquanto autoridades municipais locais anunciaram apenas que um grupo de 30 homens estava preso na mina.
Ainda segundo Vermaak, alguns dos mineiros soterrados se recusam a sair por medo de serem presos. Os mineiros ilegais serão detidos pelas autoridades após serem resgatados, afirmou a polícia.
Até a noite de ontem, não havia informações sobre feridos ou mortos.
ACIDENTES FREQUENTES
O porta-voz da Gold One, Grant Stuart, disse que os mineiros ficaram presos em uma área de ventilação não utilizada pela companhia e que foi fechada com concreto.
A polícia suspeita que alguns deles estejam debaixo da terra há pelo menos 12 dias, depois do desabamento de uma galeria.
Oito mineradores morreram há duas semanas em um incêndio no fundo da mina de ouro Harmony, também próxima a Johannesburgo.
Os acidentes são frequentes nas minas de ouro sul-africanas, com mais de cem mortes por ano.
