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Coreanos se reencontram após 60 anos

Famílias do norte e do sul, separadas desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953, poderão ficar juntas até amanhã

Os 82 sul-coreanos são parte dos 125 mil inscritos para rever parentes; nova reunião ocorrerá no domingo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Oitenta e dois idosos sul-coreanos, alguns com graves problemas de saúde, participaram ontem de um emocionante encontro com seus familiares norte-coreanos no monte Kumgang, na Coreia do Norte, 60 anos depois da separação provocada pela Guerra da Coreia (1950-1953).

Foi o primeiro encontro desde 2010 de famílias separadas pela guerra. Com idade média de 84 anos, os sul-coreanos partiram em dez ônibus do porto de Sokcho.

Uma dezena estava em cadeiras de rodas, e duas idosas viajaram de ambulância. Dois pescadores sequestrados pela Coreia do Norte em 1970 também participaram do encontro.

"Penso que, quando olhar para o seu rosto, não vou acreditar. E não sei se vou conseguir reconhecê-la imediatamente", disse Kim Dong-bin, 81, pouco antes de encontrar a irmã mais velha.

A Coreia do Norte concordou com a reunião após exigir que o vizinho anulasse manobras militares com os EUA previstas para os próximos dias. As manobras não foram canceladas, mas a reunião foi mantida.

O encontro entre famílias prosseguirá no próximo domingo, quando outros 88 norte-coreanos se reunirão com 361 familiares do sul.

A reunião ocorre dias após a ONU publicar relatório sobre os direitos humanos na Coreia do Norte. O texto acusa o governo de crimes contra a humanidade.

SORTEIO

Selecionados por sorteio eletrônico, os sul-coreanos levavam presentes aos parentes do Norte, como medicamentos, fotos de família e macarrão instantâneo.

"São coisas difíceis de encontrar na Coreia do Norte. Espero que a minha irmã goste", disse Kim Se-rin, 85.

"Tenho separados dólares americanos para ela e para meu irmão mais novo", acrescentou.

SEPARADOS NA GUERRA

Milhares de coreanos foram separados pela guerra e pela divisão da península coreana em dois Estados.

Dos 125 mil sul-coreanos inscritos desde 1988 para participar dos encontros, cerca de 57 mil morreram, e muitos não têm mais forças para realizar a viagem.

As primeiras reuniões foram organizadas em 1985, num momento de degelo nas relações entre os países, mas depois foram suspensas por 15 anos.

Uma cúpula histórica em 2000 permitiu o reinício das reuniões em intervalos regulares. Desde aquele ano, 21,7 mil pessoas puderam se reunir, brevemente, com seus familiares.

Mas o programa foi interrompido novamente depois do bombardeio de uma ilha sul-coreana pela Coreia do Norte.

As famílias reunidas ontem se separarão amanhã.

"Esta será a nossa primeira e última reunião", reconheceu Kim Dong-nin.


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