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'Ideologia' influi na acusação, diz defesa de opositor

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

A defesa do líder opositor Leopoldo López irá utilizar fotos e vídeos feitos na noite de 12 de fevereiro para provar que o dirigente não teve envolvimento direto nos atos que resultaram na morte de manifestantes durante os protestos contra o governo de Nicolás Maduro.

"É muito difícil enfrentar um processo como esse, em que as acusações são absurdas, genéricas, pouco técnicas e em que o fator político-ideológico conta tanto", disse à Folha Enrique Sanchez Falcón, seu advogado.

López entregou-se na terça-feira e é acusado de incitar a violência, causar danos e associação ilícita. Acusações de terrorismo e assassinato foram retiradas.

Sanchez Falcón disse que "tudo está irregular" na forma como López está sendo levado à Justiça. Depois de se entregar, ele foi para uma prisão militar fora de Caracas. Pouco antes de López ser levado ao tribunal, a defesa e a família foram informadas da transferência da audiência do centro da capital para a mesma instalação militar.

"Está errado, fora da jurisdição do tribunal e num lugar onde ele nunca deveria estar, pois não se trata de um militar", completa.

A defesa diz que os 45 dias de detenção preventiva não se justificam. "López já enfrentou processos e nunca fugiu do país. Tem domicílio, família e trabalho aqui. E disse publicamente que não sairia do país. É impensável considerar que possa fugir", disse.

Ainda assim, o advogado está otimista. "Como não há fundamentos jurídicos nem evidências de uma associação entre seu pedido para que as pessoas saíssem às ruas e as mortes, creio que será possível livrá-lo. Mas o fator político conta contra."

A defesa já trabalha em uma apelação para que López possa responder em liberdade.

Organizações de direitos humanos estrangeiras, como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch, pronunciaram-se pela liberdade de López.

Na Venezuela, a ONG Provea considera que a motivação política por trás da prisão de López está provocando uma série de abusos aos direitos do dirigente. "A prisão, a audiência, as acusações são indevidas e estão irregulares", disse Marino Alvarado.

As ONGs de direitos humanos da Venezuela também têm alertado para a quantidade de prisões irregulares que têm acontecido há duas semanas.

"Começando com os estudantes de Mérida, detidos de forma indevida", diz Alvarado. Segundo os oposicionistas da Ação Democrática, já chegam a 200 os estudantes presos sem passar pelo devido processo legal.


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