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Cidade Partida

Marchas a favor e contra o governo de Maduro dividem capital venezuelana; mais uma morte foi confirmada

Com falta de alimentos, políticos locais pedem ajuda humanitária à Colômbia, que faz fronteira com a região

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

"Sonho com uma Venezuela que não conheci, mas que me dizem que era linda", diz o cartaz que carrega Elisa, 17, moradora do município de Chacao, na parte nobre da grande Caracas. A estudante, vestida de branco e com as cores da Venezuela pintadas na bochecha, foi com quatro amigas ao protesto antichavista de ontem.

Munidas de celulares, as meninas tuitavam fotos e conversavam com amigos que estavam em outros pontos da marcha por meio do aplicativo whatssapp.

"Hoje estudo porque a Venezuela é um país melhor, isso não é mágica, é chavismo", eram as palavras no cartaz de Marta, 21, moradora de Petare, favela de Caracas. A jovem chegou cedo aos arredores do Palácio de Miraflores, no centro de Caracas, acompanhada de dois irmãos e uma prima. "Viemos apoiar Maduro, precisamos defender o que conquistamos."

As duas marchas dividiram ontem a capital venezuelana e se reproduziram em várias cidades do interior do país.

A marcha antichavista tomou toda a avenida Francisco de Miranda, por onde os manifestantes caminharam, pedindo a liberdade do líder oposicionista Leopoldo López, preso para responder a acusações de incitar a violência durante os protestos que já duram duas semanas e deixaram 8 mortos.

Ontem, foi confirmada a morte da estudante Geraldine Moreno Orozco, 23, vítima de um rojão, em Valência.

Esteve presente do lado opositor o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, derrotado por Maduro na última eleição.

Ele caminhou ao lado de Lilian Tintori, mulher de López. "Vocês me verão fazendo tudo o que possa para ver López de volta nas ruas. Que não se equivoquem aqueles que dizem besteiras", disse Capriles, que havia sido criticado por dividir a oposição com López.

Enquanto isso, do lado chavista, Maduro fez um longo discurso a apoiadores, na frente do Palácio. Mostrou granadas que disse terem sido usadas por "fascistas" para atacar estações do metrô e unidades do Metrobus, e fotos dos alvos destruídos.

Voltou a repetir que todos os envolvidos em atos de "vandalismo" seriam levados a julgamento. "A pátria não se rende. A pátria se defende", gritavam os chavistas.

No final do discurso Maduro empunhou a espada de Simon Bolívar (1783-1830).

Os estudantes oposicionistas deitaram-se em partes das vias, homenageando os estudantes mortos na semana passada.

Os canais governistas, a maioria na Venezuela, mostraram o discurso de Maduro na íntegra, não noticiaram a marcha opositora, e exibiram longos spots que associavam López ao golpe contra Hugo Chávez (1954-2013), em 2002.


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