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Ex-editor de jornal crítico a governo chinês é esfaqueado em Hong Kong

Ameaças à imprensa têm se tornado mais comuns na região

MARCELO NINIO DE PEQUIM

O ex-editor-chefe de um jornal liberal de Hong Kong foi esfaqueado ontem em plena luz do dia, num caso raro de violência na região semiautônoma chinesa.

Kevin Lau foi hospitalizado em estado crítico após ser atacado por um homem de capacete na garupa de uma motocicleta, que lhe deu vários golpes com uma faca e fugiu sem ser identificado.

O atentado está sendo associado à crescente pressão sofrida por jornalistas de Hong Kong que seguem uma linha crítica a Pequim.

No último domingo, uma manifestação em defesa da liberdade de imprensa reuniu 6.000 jornalistas na ex-colônia britânica. Muitos aproveitaram para protestar contra a demissão de Lau, no mês passado, do cargo de chefia que ocupava no jornal "Ming Pao", conhecido pelas reportagens investigativas.

Para eles, a saída de Lau foi mais um sinal da pressão de Pequim para abafar a liberdade de expressão e o jornalismo crítico em Hong Kong.

Em janeiro, o "Ming Pao" foi um dos jornais que revelaram que parentes de dirigentes chineses mantêm contas secretas em paraísos fiscais.

O chefe do Executivo de Hong Kong, C.Y. Leung, disse estar "indignado" com o atentado. "Hong Kong é uma sociedade regida pela lei, e não vamos tolerar esse tipo de violência", disse.

O ataque contra Lau é o episódio mais grave de uma escalada de tensão em torno de jornalistas independentes. Em junho do ano passado, homens empunhando facas ameaçaram funcionários do "Apple Daily", outro jornal crítico ao governo chinês.

Em nota, o Clube de Correspondentes Estrangeiros alertou que a reputação de Hong Kong como "cidade livre e internacional" está em risco.

Jornalistas de Hong Kong afirmam que a liberdade de imprensa é vítima da crescente influência econômica da China continental na antiga colônia britânica, já que os veículos de mídia temem desagradar Pequim e perder anúncios lucrativos.

De acordo com a organização Repórteres sem Fronteiras, o declínio é constante desde que Hong Kong voltou ao controle chinês, em 1997. A região ocupava o 18º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa em 2002 --hoje está em 61º.


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