Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ucrânia acusa Rússia de 'invasão militar'

Soldados apontados por Kiev como sendo russos são vistos patrulhando aeroportos e prédios na região da Crimeia

Ex-líder ucraniano diz que a Rússia tem o direito de atuar no país; ação de Moscou teria 'custos', diz Obama

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo interino da Ucrânia acusou ontem a Rússia de empreender uma "invasão militar" na Crimeia. Dois aeroportos da república autônoma, península ucraniana que faz fronteira com os russos, haviam sido tomados por homens armados sem identificação nos uniformes.

Segundo o Ministério do Interior ucraniano, eles seriam soldados da Rússia. "Só posso descrever a situação como uma invasão militar e uma ocupação", disse Arsen Avakov, ministro do Interior, pelo Facebook. Moscou nega a informação.

"Me dirijo pessoalmente ao presidente Putin para lhe pedir que cesse imediatamente sua agressão contra a Crimeia e retire seus militares da região", disse o presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov.

Autoridades ucranianas também declararam o fechamento do espaço aéreo da Crimeia devido "ao grande número de aterrissagens de aviões e helicópteros russos".

Ontem, o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich reapareceu em público pela primeira vez desde que saiu de Kiev, no dia 22 de fevereiro, destituído pelo Parlamento.

Falando da cidade russa de Rostov, perto da fronteira com a Ucrânia, ele qualificou a tomada de poder pela oposição de "golpe de Estado" e disse que a Rússia tem o direito de intervir no país.

No entanto, afirmou que não pedirá ajuda de Moscou para voltar ao poder. "Toda a ação militar nesta situação é inadmissível", disse. "Ninguém me derrubou. Tive que deixar o país por conta das ameaças contra minha vida e minha família. Não fugi."

O ex-presidente também declarou que ainda não havia se encontrado com Putin desde sua chegada ao território russo. "Nos falamos por telefone e combinamos que ele se reunirá comigo quando for possível."

O presidente russo Vladimir Putin evitou responder diretamente ao pedido de Yanukovich para agir.

Ele conversou ontem sobre a crise na Ucrânia com a chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê britânico, David Cameron, e o presidente do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy.

Segundo comunicado do Kremlin, as partes concordaram que é preciso evitar uma "escalada da violência".

Em meio à crescente tensão, o Consulado-Geral da Rússia na Crimeia recebeu ordens de conceder passaportes aos membros da unidade antidistúrbios Berkut, divisão policial que protagonizou a repressão aos manifestantes que protestavam contra Yanukovich em janeiro e fevereiro pelo país.

PRESSÃO INTERNACIONAL

O Departamento de Estado americano se pronunciou dizendo que, ao abandonar a Ucrânia, Yanukovich perdeu a legitimidade para exercer o poder. O presidente dos EUA, Barack Obama, veio a público para advertir a Rússia que qualquer violação da soberania da Ucrânia seria profundamente desestabilizadora.

"Haverá custos em caso de uma intervenção", disse.

Uma autoridade do governo americano relatou à agência AFP, sob anonimato, que os EUA observaram a movimentação de tropas russas em direção a Crimeia.

Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Polônia também se pronunciaram defendendo a soberania e a integridade territorial da Ucrânia

A Suíça congelou todos os bens de Yanukovich e de pessoas próximas ao ex-presidente, como do ex-premiê e dos ex-ministros das pastas de Saúde, Finanças, Interior, Justiça, Fazenda e Energia, entre outras.

O Banco Central da Ucrânia restringiu a 15 mil hrivnas (R$ 3.600) a quantia diária que pode ser sacada nos bancos do país --sob temor de guerra, a população tem tentado tirar todo seu dinheiro.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página