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Análise

Tomar a Crimeia seria modo de Putin se 'vingar' de Kiev

LUKE HARDING DO "GUARDIAN"

Forças militares que se suspeita estarem agindo por ordem da Rússia Moscou estão criando uma nova realidade cartográfica em campo.

As ações de Moscou até agora lembram um golpe de execução clássica: tomar controle da infraestrutura estratégica, fechar as divisas entre a Crimeia e o resto da Ucrânia, evocar a necessidade de proteger a maioria étnica russa da península.

O Kremlin negou qualquer envolvimento nessa movimentação. Mas é fácil prever quais serão as ações de Putin nos próximos dias e meses. O Parlamento da Crimeia anunciou que em 25 de maio realizará um referendo sobre o status futuro da península. É o mesmo dia em que a Ucrânia irá às urnas em novas eleições presidenciais.

O referendo só pode ter um resultado, que é o voto em favor da secessão da Ucrânia.

Depois disso, a Crimeia só terá duas opções possíveis: ingressar formalmente na Federação Russa ou, o mais provável, tornar-se uma versão gigante da Ossétia do Sul ou da Abkházia, as duas repúblicas separatistas da Geórgia ocupadas pela Rússia.

De uma maneira ou de outra, equivaleria à anexação da Crimeia por Moscou, feita oficialmente ou não.

Do ponto de vista de Putin, um golpe seria sua vingança pelo que ele vê como sendo a tomada de Kiev, apoiada pelo Ocidente, por forças oposicionistas. O argumento do Kremlin é algo mais ou menos assim: se gangues armadas podem tomar o poder na capital ucraniana, invadindo edifícios governamentais, por que forças pró-russas não podem fazer isso na Crimeia?

Mas existem diferenças importantes. Apesar da presença de nacionalistas ucranianos radicais, a maioria dos manifestantes em Kiev era de cidadãos comuns.

Eles estavam fartos dos desmandos do presidente Viktor Yanukovich e de sua panelinha. Foi uma revolução de baixo para cima.

Já na Crimeia, as tropas pró-Rússia ostentam os equipamentos mais recentes: são profissionais, não revolucionários amadores.

Oficiais ucranianos apontam para a GRU, a inteligência militar russa. E a rapidez extrema dos acontecimentos na Crimeia está sendo ditada de cima para baixo --por Moscou, e não pelas ruas.


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