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Governo de Israel expõe arsenal que seria do Irã
Apreensão ocorreu na quarta no mar Vermelho
"Uma coincidência incrível. Ou as mesmas mentiras fracassadas", nota um tuíte do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif. A fala estampa um pôster, na base naval israelense de Eilat. Embaixo, a fotografia de um míssil. E um texto, em seguida: "Quem é o verdadeiro mentiroso?".
Assim foi recebido, ontem, um grupo de jornalistas convidados pelo governo para inspecionar o arsenal apreendido por Israel no mar Vermelho na quarta-feira.
Ali, as Forças de Defesa de Israel espalharam diante da costa --contraposta pelas montanhas jordanianas, no fundo-- os 40 foguetes M-302 e os 181 morteiros encontrados no navio interceptado, além de 400 mil projéteis.
Também estavam expostos na base, na região fronteiriça com Jordânia e próxima à Arábia Saudita, os sacos de cimento "made in Iran" que têm servido ao governo israelense como evidência da origem das armas. "Nas próximas caixas o Irã poderia enviar armas nucleares a qualquer porto do mundo", afirmou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em fala à imprensa.
Segundo analistas, a divulgação dos foguetes e de seu disfarce serve, também, como maneira de convencer a imprensa e a opinião internacional da veracidade da operação militar, questionada durante a semana.
As evidências conclusivas, que teriam levado o governo a autorizar a missão, não podem ser divulgadas.
"Apesar de haver respostas, essas questões não podem ser respondidas", afirma à Folha Reuven Ben-Shalom, ex-militar que participou de operações semelhantes no passado.
"É um extenso trabalho de inteligência", declara.