Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Órgãos internacionais devem rever estratégias de mediação

GABRIELLE RIFKIND DO "THE OBSERVER", EM LONDRES

Entender as causas profundas de um conflito apenas nas esferas dos poderes políticos, sem compreender também o comportamento humano, prejudica a eficácia da prevenção das guerras e dos processos de paz.

Já se passaram três anos desde que a guerra na Síria começou. Até agora, 120 mil pessoas foram mortas, 2,5 milhões de pessoas se tornaram refugiadas e 6,5 milhões foram deslocadas de seus lares dentro da Síria.

Governos ocidentais sentem-se impotentes na tentativa de influenciar esses conflitos, e agora, para completar, há o desafio de solucionar a crise na Ucrânia.

Quando o diplomata de Gana Kofi Annan foi mandado para mediar conflitos na Síria, 6.000 pessoas já haviam sido mortas, e, quando o argelino Lakhdar Brahimi chegou ao país, esse número havia subido para 30 mil.

Naquele estágio, os sírios estavam pedindo por vingança, não havia clima para compromissos, componente necessário em processos de paz.

A violência da guerra cria comunidades traumatizadas. Medo, raiva e humilhação prejudicam qualquer julgamento racional e dominam o humor. Essas emoções afetam a habilidade daqueles que trabalham em conflitos para pensar racionalmente.

Como seria se houvesse um sistema de alerta nos momentos iniciais das crises, um sistema que tivesse ação na complexidade dos poderes políticos e também na escala humana? Tal questão não parece tão relevante após o conflito ter se agravado.

As tentativas tradicionais de processos de paz criaram complexos burocráticos, acrobacias diplomáticas, sem evidências de sucesso na resolução das guerras.

De fato, a estrutura corrente tem provado ser ineficaz em mediações. Uma nova forma de mediação precisará reconhecer as histórias e as complexidades nas partes envolvidas em um conflito.

No livro "The Fog of Peace", eu e Gianni Picco, responsável nas Nações Unidas pela liberdade de reféns ocidentais em Beirute, recomendamos um mediador que seja livre de burocracias.

A residência mais óbvia deste tipo de intervenção seria as Nações Unidas. Mas outras podem ser consideradas, entre elas a Otan.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página