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Avião caiu no mar e todos morreram, diz Malásia

Empresa usa mensagem de celular para avisar parentes de passageiros

Segundo premiê, nova análise de imagens de satélite conclui que voo 'terminou' em área remota no oceano Índico

MARCELO NINIO DE PEQUIM

As autoridades da Malásia concluíram que o Boeing-777 da Malaysia Airlines --desaparecido há mais de duas semanas com 239 pessoas a bordo-- caiu em um ponto remoto do oceano Índico e não há sobreviventes.

Agarrados a um fio de esperança após 16 dias de investigações, parentes receberam a notícia ontem em uma mensagem de texto para telefones celulares.

"A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter que concluir, além de qualquer dúvida razoável, que o [voo] MH370 foi perdido e que ninguém a bordo sobreviveu", dizia o texto.

Cerca de meia hora depois, o premiê da Malásia, Najib Razak, foi a público para confirmar o anúncio.

A notícia causou uma explosão de desespero e incredulidade entre parentes de passageiros na China, origem de 154 dos 239 a bordo.

No hotel de Pequim onde os parentes estavam instalados desde o desaparecimento, houve choro compulsivo, desmaios e gritos de revolta. Ambulâncias foram ao local para atender alguns que tiveram colapsos nervosos.

Muitos se recusavam a acreditar na notícia.

Nas duas semanas de angústia vivida pelos parentes, a escassez de informações e a série de alarmes falsos produziram uma enorme desconfiança em relação às autoridades da Malásia, além de toda a sorte de especulações.

"Eles mataram todos para esconder alguma coisa", uma mulher em prantos gritava no hotel em Pequim. "Minhas crianças não morreram. Elas devem estar escondidas em algum lugar. Como eu posso confiar nesse governo?"

Após o anúncio, o governo chinês, que não escondeu sua insatisfação com os rumos da investigação, também quis saber mais.

O vice-chanceler, Xie Hangsheng, imediatamente exigiu os dados de satélites que levaram à conclusão das autoridades malasianas.

Segundo o premiê malasiano, novas análises fornecidas pela empresa britânica de satélites Inmarsat indicavam que o voo MH370 "terminou" no sul do Índico.

Os dados da Inmarsat mostram que a última posição conhecida do avião era o oceano Índico, a oeste de Perth, na Austrália.

O Boeing da Malaysia Airlines decolou de Kuala Lumpur no último dia 8 (pelo horário local) rumo a Pequim. Por motivos ainda desconhecidos, deu meia-volta e voou milhares de quilômetros na direção oposta.

O fato de o avião estar com o combustível no fim permite concluir que caiu no mar.

Nos últimos dias, as buscas haviam se concentrado no Índico, depois que satélites e equipes de resgate da Austrália, da China e da França avistaram objetos que poderiam ser do Boeing.

O anúncio feito ontem acaba com a esperança de haver sobreviventes, mas está longe de esclarecer o mistério do voo MH370, que mobilizou a maior operação multinacional de buscas da história da aviação.

Os investigadores já haviam concluído que houve "intervenção humana" no desvio do avião, depois de ficar claro que os sistemas de comunicação foram desligados por alguém a bordo.

Mas ainda não há pistas sobre o que motivou a ação --o mistério só será desvendado se forem encontradas as caixas-pretas.


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