Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Convivência com senegaleses gera pequenos atritos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BRASILEIA (ACRE)Antes base exclusiva para imigrantes haitianos em busca de emprego no Brasil, Brasileia agora também recebe dezenas de senegaleses.
O choque cultural provoca alguns atritos, mas nada que não possa ser apaziguado. "Um senegalês passa, e os haitianos fazem brincadeira com ele, o que acaba irritando o outro", afirma Damião Borges, representante do governo do Acre no abrigo de Brasileia.
"Os haitianos se incomodam com as orações diárias dos africanos, dizem que faz barulho, mas nada que leve a agressões físicas", diz Borges. Muçulmanos, os senegaleses oram cinco vezes por dia.
Cheíkhouna Diout, 32, é líder do grupo dos senegaleses. Único a falar espanhol, serve de intérprete improvisado.
Para chegar ao Acre, os senegaleses saem em voos de Dacar para Madri e de lá seguem para Quito, no Equador. Aí, por terra, chegam à fronteira do Peru com o Brasil.
"No Senegal, não há oportunidade de emprego. O Brasil é acolhedor, por isso escolhemos aqui", diz Diout. Ele sonha em ir para São Paulo, onde pretende trabalhar como guia turístico na Copa.