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Ucrânia reage e expulsa ativistas pró-Rússia

País anuncia a retomada de prédio público que havia sido tomado por militantes em Kharkov, no leste do país

Moscou alerta para o risco de 'guerra civil' caso Kiev continue a enviar forças para região de maioria russa

LEANDRO COLON DE LONDRES

O governo da Ucrânia reagiu ontem, pela primeira vez de maneira efetiva, à ação de ativistas russos que tentam tomar o controle das principais cidades do leste do país, foco de tensão desde domingo.

Com uma operação chamada de "antiterrorista", o governo anunciou a prisão de pelo menos 70 militantes pró-Moscou e a retomada de um dos prédios públicos que haviam sido ocupados em Kharkov, segunda maior cidade do país, atrás apenas de Kiev.

A atitude chama a atenção porque vem depois de várias reações tímidas das autoridades ucranianas ao longo da crise, sobretudo no episódio que levou à anexação, não reconhecida pelo governo ucraniano, da península da Crimeia pela Rússia, ocorrida em março.

Apesar da operação em Kharkov, os relatos são de que em outras importantes cidades do leste, como Lugansk e Donetsk, a situação ainda é confusa.

Nesta última, centro industrial e financeiro do país, um grupo chegou a declarar independência em relação à Ucrânia.

Esse cenário, por enquanto, está distante de se tornar realidade, em razão do tamanho da região e da complexidade da situação.

Já em Lugansk, forças pró-Rússia fizeram 60 servidores públicos reféns em prédios do governo, acusou a Ucrânia.

Apesar de negar relação com as ações, o governo russo ontem mandou recados a Kiev. "Fazemos um apelo ao fim imediato de todo preparativo militar, que poderá desencadear uma guerra civil", afirmou o Ministério de Relações Exteriores russo.

A chancelaria diz que a Ucrânia estaria enviando forças de segurança e combatentes ultranacionalistas para o leste com o objetivo de reagir aos manifestantes.

O leste ucraniano, onde a língua russa predomina, é uma região estratégica para ambos os países.

O alerta do governo do presidente Vladimir Putin ocorre ao mesmo tempo em que o país mantém suas tropas na fronteira com a Ucrânia --medida criticada não somente por Kiev, mas também pelos Estados Unidos e pelos países da União Europeia.

Ontem, o secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Anders Rasmussen, afirmou que uma intervenção russa em território ucraniano seria um "erro histórico".

O secretário de Estado americano, John Kerry, voltou com a ameaça de novas sanções contra a Rússia.

O temor dos americanos é que o leste do país passe por uma crise semelhante à vivida pela Crimeia, anexada em resposta à queda, em fevereiro, do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Putin.

PANCADARIA

Enquanto a crise se aprofundava no leste do país, cenas de pancadaria foram vistas durante sessão no Parlamento, em Kiev.

Deputados do partido nacionalista Svoboda interromperam o discurso do líder do Partido Comunista da Ucrânia, Piotr Simonenko, que defendia o uso da língua russa e a federalização da Ucrânia para dar mais autonomia às diferentes regiões do país (como quer a Rússia).

Imagens mostraram tapas, socos e empurrões de ambos os lados, sendo que os comunistas, que eram minoria, foram os mais agredidos.


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