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Análise - Ucrânia

Putin continua com apetite, mesmo após anexar a Crimeia

Plano do presidente russo é desestabilizar o governo de Kiev no período que antecede as eleições de 25 de maio

A ÚLTIMA COISA QUE PUTIN QUER NO PLEITO DO MÊS QUE VEM É UM RESULTADO QUE FAÇA A UCRÂNIA SE INCLINAR RUMO À EUROPA

DO "FINANCIAL TIMES"

Desde que a Rússia interveio na Crimeia, o Ocidente está imaginando qual será a próxima jogada de Vladimir Putin. Será que a nova aquisição do presidente russo bastará para saciar seu apetite? Até que ponto ele se disporia a permitir que a Ucrânia, agora reduzida, saísse da órbita de Moscou?

Nas últimas semanas, Putin deu sua resposta, e ela é firmemente negativa para as duas perguntas.

É verdade que ele propôs uma solução diplomática, mas isso envolvia Kiev aceitar tanto sua exclusão da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte)quanto um plano que tornaria a Ucrânia uma federação concebida por Moscou.

Ostensivamente destinado a proteger os cidadãos ucranianos que falam russo, o plano solaparia a Ucrânia como Estado unitário. A ideia foi abandonada depois que os EUA recusaram a imposição de um acordo.

Desde então, Putin retomou uma política mais conhecida, de ameaças bélicas, com o objetivo de minar o governo interino de Kiev.

Moscou também reforçou seus ataques econômicos. A Gazprom lealmente se apresentou para cobrar contas de gás atrasadas e ameaçou praticamente dobrar o preço que a Ucrânia paga.

Agora, em uma série de ações que parecem semelhantes aos primeiros estágios de sua intervenção na Crimeia, manifestantes pró-russos não identificados tomaram edifícios do governo em três cidades do leste da Ucrânia.

Sob a capa de um apelo pela calma, nesta semana, o mais rico dos oligarcas ucranianos, Rinat Akhmetov, outro antigo aliado de Yanukovich, pareceu expressar simpatia por esses protestos.

Não se sabe ao certo se Moscou engendrou diretamente essas ações, ainda que a organização e o treinamento dos envolvidos tenham despertado suspeitas.

O que não pode ser negado é que Putin criou uma atmosfera favorável à inquietação no leste da Ucrânia.

Seu objetivo é muito claro: ele deseja desestabilizar o país no período que antecede a eleição de 25 de maio.

A última coisa que Putin desejaria seria um resultado favorável a uma Ucrânia inclinada ao Ocidente.

É difícil determinar até que ponto Putin está preparado a avançar.

O que quer que aconteça a seguir, o Ocidente pensa em deixar duas coisas claras para Moscou.

A primeira é que Kiev tem tanto o direito quanto o dever de restaurar a ordem nas cidades do leste.

Segundo, Putin será lembrado de que as sanções impostas a autoridades e empresas russas foram só o começo. A ideia é tentar mostrar firmeza até que ele desista.


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