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Ucrânia ameaça 'força' se grupos pró-Rússia não deixarem prédios

Ministro do Interior diz que ativistas têm 48 horas para desocuparem edifícios no leste do país

Cidades de Donetsk e Lugansk têm locais tomados por pessoas que pedem anexação das regiões à Rússia

LEANDRO COLON DE LONDRES

O governo da Ucrânia deu ontem um ultimato para que os ativistas pró-Rússia deixem os prédios públicos ocupados desde o último fim de semana no leste do país.

O recado foi dado principalmente para os militantes das cidades de Donetsk e Lugansk, que ainda ontem mantinham o controle de edifícios do governo com barricadas para impedir que fossem expulsos do local.

"Uma resolução para essa crise será dada em 48 horas", disse o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov. "Para aqueles que querem diálogo, nós vamos propor conversa e solução política. A minoria que quer o conflito terá uma resposta na força por parte das autoridades ucranianas", afirmou.

O governo retomou anteontem o controle sobre Kharkov, segunda maior cidade do país, depois de ter detido e retirado cerca de 70 militantes pró-Moscou que haviam ocupado um prédio público.

Em Donetsk, centro industrial e de negócios da Ucrânia, um grupo chegou a declarar independência na segunda-feira, uma iniciativa de caráter mais simbólico, já que a situação na região ainda está longe de um separatismo de fato.

Uma reunião foi anunciada para semana que vem entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia para tentar buscar uma solução à crise. O local e a data não estavam confirmados até a conclusão desta edição, mas o encontro tem sido considerado um passo importante no meio diplomático para encontrar uma saída.

A Rússia defende uma reforma na Constituição da Ucrânia para que o país vire uma federação, o que daria mais autonomia a regiões com presença relevante da população russa. O governo ucraniano não aceita a proposta dos russos.

O leste do país virou foco de tensão logo depois da anexação da península da Crimeia, pela Rússia, em março. A região era oficialmente ligada à Ucrânia desde 1954, mas forças russas tomaram o território e, com o apoio de um referendo feito às pressas, aprovaram a mudança.

GÁS

O presidente russo, Vladimir Putin, deu ontem sua contribuição para piorar a crise, ao ameaçar cobrar antecipadamente da Ucrânia pelo gás fornecido ao país.

"A Gazprom [empresa russa] fornecerá o volume de gás que a Ucrânia pagar com um mês de adiantamento. Receberão aquilo que pagarem", afirmou, alegando que a medida seria em razão da dívida que Kiev tem com Moscou -acima de US$ 2 bilhões- justamente em relação ao fornecimento de gás.

Recentemente, a Rússia anunciou o aumento do preço aos vizinhos. A declaração foi dada numa reunião para discutir a questão energética entre os países. Ele ainda ironizou o apoio do bloco europeu ao governo ucraniano que substituiu seu aliado, Viktor Yanukovich.

"É uma situação bastante estranha, porque nossos sócios na Europa reconhecem as atuais autoridades ucranianas, mas não fazem nada para apoiá-las, nem um dólar, nem um só euro", disse.


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