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Mãe salva da forca homem que matou seu filho no Irã

Perdão veio segundos antes da execução

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Um assassino condenado a ser enforcado em praça pública no Irã foi perdoado pela mãe da vítima quando a corda já havia sido amarrada a seu pescoço, segundo revelou a mídia estatal.

A mãe deu o perdão após dar uma bofetada na cara do assassino. A cena ocorreu diante de uma multidão na última terça, em Nowshahr.

O culpado, identificado como Balal Abdullah, estava com os olhos vendados e as mãos amarradas quando foi içado em cima de uma cadeira por policiais.

Uma corda foi colocada em seu pescoço. A cadeira deveria ser removida em seguida, de maneira a deixar o corpo pendurado até sufocar.

Balal implorava por perdão enquanto Samereh Alinejad, mãe de um jovem que teria sido morto por ele a facadas em 2007, perguntava, aos gritos, se a multidão sabia o que era "viver numa casa vazia".

Segundos antes da aplicação da sentença, ela aproximou-se de Balal e lhe deu um tapa na cara. Disse então que o perdoava e desamarrou a corda com ajuda do marido.

"O assassino chorava pedindo perdão. Eu o esbofeteei na cara. Esse tapa me acalmou", relatou ela ao jornal "Shargh". Agradecida, a mãe de Balal beijou os pés de Samereh.

A reviravolta ocorreu em meio a um movimento no Irã que visa incentivar famílias de pessoas assassinadas a perdoar os matadores para livrá-los da pena capital.

A lei iraniana diz que a possibilidade de perdão cabe somente à família da vítima. De praxe, os perdoados fornecem uma compensação financeira, conhecida como "dinheiro do sangue".

O movimento visa diminuir o número de execuções no país, recordista na aplicação da pena, ao lado da China.

Nos quatro primeiros meses de 2014, ao menos 170 pessoas foram executadas por autoridades iranianas, segundo a ONU. A maior parte das sentenças são aplicadas contra acusados de assassinato, estupro e narcotráfico.

Após ter a vida poupada, Balal fez um apelo a uma emissora de TV para que pessoas não carreguem armas brancas --o porte de armas de fogo é extremamente restrito. "Eu queria que alguém tivesse me esbofeteado na cara quando saí carregando uma faca", disse Balal.


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